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Bloco defende urgência no fim da caducidade da contratação coletiva

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, considerou hoje “urgente” acabar com “a caducidade da contratação coletiva”, durante uma concentração de trabalhadores da refinaria de Sines da Petrogal.

“Esta greve, numa refinaria importante para a balança comercial, tem sido silenciada e o que está em causa é que querem descer os direitos dos trabalhadores, sendo inaceitável que uma empresa com o lucro que tem a Galp queira explorar trabalhadores”, disse Catarina Martins, que participou durante a manhã numa concentração junto à portaria principal da refinaria de Sines, no distrito de Setúbal.

Em declarações aos jornalistas, à margem da concentração que juntou cerca de 200 trabalhadores da Petrogal e da empresa Martifer, a coordenadora do BE acusou a Galp de “explorar os trabalhadores”, em greve há 43 dias consecutivos.

“Trata-se de uma luta justa”, que surge “no momento em que as maiores empresas do país, como a Galp, têm aumentado os dividendos que pagam aos seus acionistas ou aumentaram os salários dos seus administradores”, disse.

“É bom lembrar que quem produz a riqueza e faz o país andar são os trabalhadores que aqui estão todos os dias e os seus direitos e os seus salários são essenciais não só à sua vida, mas também à economia e à qualidade da democracia”, acrescentou.

Referindo que a greve já provocou “perdas no valor de 20 milhões de euros”, Catarina Martins defendeu que se trata de valores “que já respondiam às reivindicações dos trabalhadores”.

“Não faz por não ter capacidade financeira para responder às reivindicações dos trabalhadores, integrar os precários ou manter o contrato coletivo de trabalho, mas para poder descer os direitos dos trabalhadores e no futuro pô-los a ganhar cada vez menos, ou seja, o que está a acontecer é uma concentração da riqueza”, criticou.

Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, “esta operação” tem de “ser contestada”, não só através da greve, como na Assembleia da República “com propostas de alteração da lei laboral”.

“É preciso acabar com esta chantagem das empresas da caducidade unilateral da contratação coletiva, com o recurso ao ‘outsourcing’, e é preciso ter uma nova lei do trabalho por turnos que respeite esta gente que tem estes horários de trabalho e esta penosidade tão grande no seu quotidiano”, defendeu.

Catarina Martins acusou o Governo de ser “conivente” com a administração da Galp Energia, quando insiste que “as alterações à legislação do trabalho só podem ser feitas aquelas que a concertação social aceitar”.

“Isso é permitir aos patrões um veto sobre o que há de ser as conquistas do trabalho e não só. Precisamos de reverter as alterações feitas no tempo da ‘Troika’ e que são essas que aqui na Galp estão a fazer com que a empresa queira acabar com o contrato coletivo de trabalho e piorar as condições de quem aqui trabalha”, defendeu.

A concentração foi convocada pelo Sindicato da Indústria e Comércio Petrolífero (SICOP) e pela Fiequimetal, no seguimento da greve “em defesa da contratação coletiva, pela manutenção dos direitos laborais e sociais e contra a repressão”.

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