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Bastonária critica salário “excessivo” do ausente contabilista Rui Rio

Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas (OCC), criticou Rui Rio por se ter “ausentado completamente” durante o processo eleitoral, apesar da remuneração “excessiva” que recebe como vice-presidente da assembleia geral.

Na primeira entrevista que concedeu após a eleição como bastonária, à Lusa, a dirigente revelou que está a questionar internamente os salários de alguns membros dos corpos sociais, citando como exemplos Rui Rio, o presidente do PSD, e o histórico bastonário que a antecedeu, Domingues Azevedo (falecido em 2016).

Ainda segundo Paula Franco, houve mesmo um contabilista a apresentar queixa, no Departamento de Investigação e Ação Penal, por alegados pagamentos sem base legal a dirigentes da OCC e por acumulação de salários com pensões.

Essa queixa levou a Procuradoria-Geral da República a abrir um inquérito, em agosto de 2017, tendo sido então confirmado que as remunerações de Rui Rio e do antigo bastonário “nunca foram aprovados pela assembleia geral” da OCC.

“As remunerações de facto estavam excessivas face àquilo que é, em regra, a remuneração de um contabilista”, salientou a bastonária.

No caso de Rui Rio, a indignação de Paula Franco é ainda maior por se ter “ausentado completamente” durante o processo eleitoral na Ordem, apesar do presidente do PSD receber 1500 euros brutos mensais por ser vice-presidente da assembleia geral dos contabilistas.

“Foi um processo eleitoral complicado, em que tinham toda a responsabilidade sobre este processo. Este processo foi alargado [decidido à segunda volta], prejudicou a instituição com todo o tempo que demorou e com muitas das coisas que se passaram, graves em termos de processo eleitoral em que toda a comissão eleitoral não foi isenta, e eles ausentaram-se daquilo que era a sua responsabilidade e que era esperado”, insistiu a bastonária.

De acordo com Paula Franco, Rui Rio e Carvalho Martins (agora vogal da Comissão Política Nacional do PSD), apesar de remunerados como membros da assembleia geral, passaram “uma procuração ao presidente da mesa para os substituir” nas decisões.

A bastonária quer limpar a casa e deixa desde já o aviso: vai mexer no sistema remuneratório.

“Vai ser constituída uma comissão de remunerações, a nomear pela assembleia representativa, que vai decidir a remuneração que os órgãos vão ter”, anunciou

“Todas as contas da Ordem vão ser muito transparentes, vão estar disponíveis para consulta dos membros e, para além disso, vai ser divulgado trimestralmente um relatório com as contas, os fornecedores e as relações da ordem em termos de gastos, para que haja confiança e não haja ruído sobre estas questões”, prometeu ainda Paula Franco.

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