Economia

Barril de petróleo da OPEP cai para mínimo de março de 2002

O petróleo da OPEP depreciou-se na segunda-feira para 21,66 dólares por barril, o valor mais baixo desde março de 2002, acelerando a tendência de baixa iniciada em janeiro, informou hoje o cartel petrolífero em Viena.

Face à sessão anterior, de sexta-feira, o barril da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) depreciou-se 10% na segunda-feira.

O barril usado como referência pela OPEP prolongou assim a forte tendência de baixa resultante da expansão da covid-19 e agravada pela ameaça de grandes produtores como a Arábia Saudita e a Rússia de inundar o mercado de petróleo barato.

A descida acumulada desde o início do ano, com o pico alcançado em 06 de janeiro (70,87 dólares) já ultrapassa 67%, numa espiral de perdas causada pelos efeitos negativos da pandemia da covid-19 na economia, agravada pelo desacordo entre a OPEP e a Rússia para acordar um novo corte da oferta no princípio do mês.

Riade, líder natural da OPEP, respondeu à falta de acordo anunciando um aumento da sua produção, numa guerra de preços e para ganhar quota de mercado, que juntamente com o colapso da procura, afundou o preço do ouro negro.

O valor médio do petróleo da OPEP em março já é de 34,46 dólares, menos 38% que em fevereiro.

Os preços de outros tipos de petróleos de referência, como o Brent e o petróleo intermédio do Texas (WTI), também se afundam devido ao colapso da procura provocado pela paralisação económica resultante da pandemia da covid-19.

O petróleo do Texas cotou-se na segunda-feira a 20,09 dólares por barril, o valor mais baixo desde fevereiro de 2002, enquanto o Brent se mantém abaixo de 23 dólares, um valor inédito também em 18 anos.

A situação é um duro golpe para os membros da OPEP – Venezuela, Guiné Equatorial, Arábia Saudita Irão, Iraque, Argélia, Angola, Congo, Gabão, Kuwait, Líbia, Emiratos Árabes Unidos e Nigéria -, porque são muito dependentes das receitas geradas pelas vendas do ouro negro.

Da mesma maneira estão a ser atingidos outros produtores independentes, como a Rússia, México, Brasil, Equador ou Colômbia.

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