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Bárbara Guimarães ganha testemunho de Rodrigo Guedes de Carvalho sobre violência doméstica de Carrilho

Rodrigo Guedes de Carvalho foi a tribunal testemunhar que Bárbara Guimarães queixou-se de ter sido vítima de violência doméstica meses antes de processar Manuel Maria Carrilho.

Segundo o testemunho do jornalista da SIC, a apresentadora fez tais confidências ainda em 2013, muito antes de avançar com a queixa-crime contra o ex-marido.

Em tribunal, onde compareceu na qualidade de testemunha de acusação, na segunda-feira, Rodrigo Guedes de Carvalho evocou uma conversa que teve com Bárbara Guimarães por altura da festa dos 40 anos da apresentadora.

“A Bárbara disse-me que tinha que desabafar uma situação terrível que estava a viver no seu casamento”, declarou o jornalista da SIC.

“Disse-me que era vítima de violência doméstica, uma situação que duraria há anos, sobretudo desde o nascimento da filha mais nova. Alertei-a para o impacto público que tudo isto iria ter, mas disse-lhe que devia avançar para a queixa. A alternativa seria continuar a sofrer em silêncio”, referiu.

“Ela era vítima de violência verbal e física e disse-me que tinha marcas físicas”, acrescentou ainda Rodrigo Guedes de Carvalho: “A Bárbara pretendia sair do casamento. Sabia que isso ia implicar o que está a acontecer, estava com medo, mas avançou. Nada justifica a violência doméstica”.

“Fiquei chocado e surpreendido com tudo o que aconteceu” nessa festa, revelou: “No meio de uma grande confusão, vi amigas da Bárbara avançarem para ela com um cachorro, que seria a prenda delas. A partir daí, foi absolutamente notória para todos nós uma expressão de cólera do arguido que não percebemos. Ficou um clima muito estranho”.

“Ele ficou fora de si, colérico, estava furioso com a Bárbara e o comportamento dele e a forma como a estava a abordar incomodou muita gente”, reforçou: “Depois disto, a Bárbara pareceu-me sobretudo constrangida e visivelmente amedrontada nos momentos em que ele falava ao ouvido dela”.

Recorrendo à experiência profissional e ao contacto que mantém com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), o jornalista da SIC enumerou ainda alguns sinais que reconheceu em Bárbara Guimarães: “Andava alheada, triste, vivia permanentemente em pânico, sobressaltava-se quando o telefone tocava, emagreceu… As pessoas sentem-se numa prisão sem remédio. É uma situação de perigo iminente”.

Sobre Manuel Maria Carrilho, que neste processo é arguido por violência doméstica (o ex-ministro também intentou um processo por violência doméstica contra a ex-mulher), Rodrigo Guedes de Carvalho criticou o impacto das declarações públicas que tem feito.

“As declarações do arguido foram um contra ataque agressivo e descabido para quem se está a defender de violência doméstica”, sustentou: “Um caso mediático de uma sordidez como esta tem um impacto indelével na carreira de uma pessoa, mesmo que ela esteja, como acredito que a Bárbara está, na posição de vítima”.

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