Economia

Bancos registam subida de quase dez por cento na entrega de casas para pagamento de empréstimos

prediosNo terceiro trimestre deste ano, a dação de casas em pagamento subiu 9,9 por cento, apesar de terem descido para quase metade face ao início do ano. Um quarto dos 4400 imóveis entregues à banca este ano ocorreu entre julho e setembro, referem os mediadores imobiliários.

Houve menos casas a serem entregues aos bancos, para pagamento dos empréstimos concedidos, no terceiro trimestre de 2012 quando comparado o início do ano. Este sinal, que parece positivo, não esconde o pior: é que só durante julho e setembro foram entregues cerca de 1100 dos 4400 imóveis pagos em dação desde janeiro.

Os dados são da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), num balanço ao comportamento do mercado no terceiro trimestre de 2012. A evolução de 9,9 por cento é o “corolário da continuidade de um ano extremamente difícil, com níveis de confiança no mercado combalidos e expectáveis perante o futuro desenvolvimento do setor imobiliário e do mercado, quer no âmbito nacional, quer global”, como consta no relatório.

Apesar da subida de quase dez por cento, os números são encarados como positivos pela APEMIP, tanto mais que o presidente, Luís Lima, acredita que uma sentença do tribunal de Portalegre, segundo a qual a entrega da casa liquida na totalidade o empréstimo concedido pelo banco, acredita numa mudança de paradigma.

“A divulgação dos dados das dações do primeiro trimestre deste ano pela APEMIP, bem como a mediatização da sentença do tribunal de Portalegre, fizeram com que o setor financeiro passasse a olhar este fenómeno com outros olhos”, referiu em comunicado, acrescentando existir um “ambiente mais propício à renegociação dos créditos, para que a prática da entrega de imóveis não passasse a regra em vez de exceção”.

Dos cerca de 4400 imóveis pagos em dação, a maioria (2300) foi entregue no primeiro trimestre, pelo que, descontando os 1100 do terceiro trimestre, entre abril e junho foram apenas entregues em dação em pagamento cerca de mil imóveis, tanto por famílias como por promotores imobiliários.

Na análise ao comportamento no terceiro trimestre, os distritos de Lisboa, Porto e Faro foram os mais penalizados, representando em conjunto 40,5 por cento dos 1100 imóveis entregues. Só as duas áreas metropolitanas portuguesas correspondem a quase um terço (31,7 por cento) do total de imóveis entregues entre janeiro e setembro.

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