O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique decidiu hoje reduzir a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 75 pontos base, para 14,25 por cento, anunciou a instituição, em comunicado.
A decisão de rever em baixa uma das principais taxas do país é fundamentada “pelo facto de a informação disponível e as perspetivas de curto e médio prazo confirmarem a manutenção da inflação em um dígito, em linha com as projeções anteriores”, anunciou o órgão.
A inflação média a 12 meses, em Moçambique, foi de 4,08 por cento em novembro.
O banco central decidiu, igualmente, reduzir em 75 pontos base as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC) para 11,25 por cento e 17,25 por cento, respetivamente.
Os coeficientes de Reservas Obrigatórias (RO) para os passivos em moeda nacional e em moeda estrangeira mantêm-se em 14 por cento e 27 por cento, respetivamente.
Na análise a outros aspetos da economia moçambicana, o banco central nota que as taxas de juro a retalho têm descido, em linha com a taxa MIMO.
“A taxa de juro média de crédito, para o prazo de um ano, desceu de 23,25 por cento, em setembro, para 22,79 por cento, em outubro”, lê-se no documento.
O crédito bancário ao setor privado registou “um ligeiro aumento mensal, num contexto em que grande parte da liquidez bancária continua a ser aplicada em instrumentos do Mercado Monetário Interbancário e em títulos da dívida pública”.
A taxa de juro média de depósitos para o prazo de um ano reduziu de 12,29 por cento, em setembro, para 11,50 por cento, em outubro.
No mesmo comunicado, o banco central considerou hoje que a dívida pública interna continua em níveis muito altos e que subsistem riscos associados à sua sustentabilidade.
Por outro lado, a conta corrente da balança de pagamentos “registou um agravamento”.
“Dados que reportam o III trimestre de 2018 mostram um aumento do défice da conta corrente em 871 milhões de dólares”, refere o banco central, assumindo que reflete “o crescimento, não só das importações de bens de consumo intermédio, como também dos pagamentos de serviços ao exterior, relacionados com a atividade dos grandes projetos”.
As reservas internacionais mantêm-se “em níveis confortáveis” que permitem cobrir sete meses de importação de bens e serviços, excluindo as transações dos grandes projetos.
A próxima reunião do Comité de Política Monetária foi hoje agendada para 21 de fevereiro de 2019.