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Banco de Moçambique desce taxa de juro de referência para 12,75%

O Banco de Moçambique baixou hoje a taxa de juro de política monetária (taxa MIMO) em 50 pontos base para 12,75 por cento, anunciou em comunicado o regulador moçambicano.

“A decisão de reduzir a taxa MIMO é justificada pela melhoria contínua das perspetivas de inflação para o médio prazo, que consolidam a estabilidade deste indicador em níveis de um dígito”, refere a nota, distribuída após a reunião de hoje do Comité de Política Monetária (CPMO).

O CPMO decidiu igualmente reduzir em 50 pontos base as taxas da Facilidade Permanente de Depósitos (FPD) e da Facilidade Permanente de Cedência (FPC), para 9,75 por cento e 15,75 por cento, respetivamente.

O regulador manteve os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional, em 14 por cento, e em moeda estrangeira, em 36 por cento.

O Banco de Moçambique assinala que a avaliação dos riscos associados aos indicadores macroeconómicos do país se tornou mais favorável com o recente Acordo de Paz e consequente início do processo de desarmamento, desmobilização e reintegração do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição.

“Contudo, persistem incertezas que justificam a postura conservadora da política monetária”, lê-se no texto.

A trajetória de queda da taxa MIMO, uma componente da ‘prime rate’ do país, aliada à melhoria das perspetivas, poderá continuar a contribuir para a redução do custo do financiamento a curto e médio prazos, refere a mesma nota.

O Banco de Moçambique antecipa uma maior estabilidade dos preços internos, devido à expectativa de menor pressão no mercado cambial, num cenário de procura agregada ainda aquém do seu potencial e de comportamento favorável dos preços internacionais do petróleo.

“A evolução recente da inflação anual de Moçambique, que tem vindo a desacelerar persistentemente desde fevereiro, até se situar em 2,16 por cento, em julho, reforça as projeções de uma inflação baixa e estável no curto e médio prazos”, defende o regulador financeiro.

Quanto à atividade económica, espera-se uma desaceleração em 2019, seguida de uma recuperação gradual em 2020, situando-se, mesmo assim, abaixo do seu potencial.

Esta recuperação será estimulada, sobretudo, pelas atividades de reconstrução pós-desastres naturais e pela dinâmica decorrente da materialização dos projetos de gás natural na Bacia do Rovuma.

As reservas internacionais continuam em níveis confortáveis, capazes de assegurar cerca de seis meses de importações.

Desde o anterior CPMO, as reservas internacionais brutas incrementaram em 111 milhões de dólares (99,5 milhões de euros), para 3.244 milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros), valor que permite cobrir aproximadamente seis meses de importação de bens e serviços, excluindo as transações dos grandes projetos.

“Este comportamento reflete uma maior disponibilidade de divisas no mercado, que tem permitido ao sistema bancário suprir as necessidades de importação e vender o excesso ao Banco de Moçambique”, salienta o comunicado.

A dívida pública interna continua a aumentar e os encargos contraídos com recurso a Bilhetes do Tesouro, Obrigações do Tesouro e adiantamentos do Banco de Moçambique aumentou para 134.478 milhões de meticais (1,99 mil milhões de euros).

Estes montantes não tomam em consideração outros valores da dívida pública interna, tais como contratos mútuos e de locação financeira, assim como responsabilidades em mora.

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