Economia

Banca: Rui Rio acusa a “intolerável” UE e defende posições de Costa e Marcelo

Em entrevista à TSF, Rui Rio criticou a pressão “intolerável” da União Europeia (UE) sobre a banca portuguesa e apoiou o primeiro-ministro António Costa e o Presidente Marcelo na tentativa de “influenciar”, de forma positiva, o destino dos bancos portugueses

Dado o “valor estratégico” do setor bancário, cabe ao “poder político”, se for possível, “interferir e influenciar as grandes questões estratégicas para o país”, defendeu Rui Rio, economista e antigo presidente da Câmara do Porto.

As posições do primeiro-ministro e do Presidente da República para “influenciar” os destinos da banca nacional foram assim elogiadas pelo antigo autarca e quadro do PSD, que deixou críticas veladas ao presidente do partido, Passos Coelho, por não seguir a mesma estratégia: “Se calhar não é assim para um liberal, mas tenho uma perspectiva social-democrata”.

Mais duras foram as críticas à UE, em especial por ter ‘obrigado’ Portugal a vender o Banif (aos espanhóis do Santander), que meses antes valia 675 milhões de euros, por “3000 milhões num fim-de-semana”: “Há aqui uma certa hipocrisia quando não entraram soldados, mas entram instâncias europeias a dizer ‘esse banco é para ali e façam favor de por os contribuintes portugueses a pagar’”.

Para Rui Rio, é “intolerável” que as instituições europeias ‘aceitem’ de bom grado a “espanholização” da banca portuguesa enquanto se opõem às participações angolanas, como a da falhada entrada da filha do Presidente de Angola, Isabel dos Santos, no capital do BCP.

“Uma coisa é usar poderes de supervisão, outra é prejudicar o interesse nacional”, defendeu o antigo autarca: “Não permitir que Isabel dos Santos entre no BCP é intolerável porque o que está em causa é conseguir que seja determinado banco o accionista do BCP”.

É também para evitar repetir um novo Banif e a “espanholização” que o Novo Banco “não pode ser vendido à pressa”, segundo o antigo vice-presidente do PSD: “Não me choca nada capitalizar o Novo Banco com dinheiro público para ficar em condições de ser bem vendido”.

E, falando em PSD, Rui Rio explicou também, na entrevista à TSF, o motivo que o leva a faltar ao congresso marcado para o fim-de-semana: “Se eu lá fosse ainda me arriscava a ser um elemento central do congresso. O dr. Pedro Passos Coelho resolveu candidatar-se, com base em ter sido o mais votado (embora não o vencedor). Tem essa legitimidade, eu não quero perturbar”.

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