Bagão Félix registou com espanto que a proposta de criar impostos europeus para as plataformas digitais foi feita pelo mesmo país, Portugal, que acolheu a Web Summit do ano passado.
Os novos impostos seriam uma das formas de compensar a saída do Reino Unido da União Europeia, o que representa menos 10 mil milhões de euros de receita por ano.
No comentário semanal para a TSF, o ex-ministro sublinhou a ironia da proposta formalizada junto dos parceiros europeus.
“Não deixa de ser irónico que Portugal, depois da tão aclamada Web Summit e das virtualidades da economia digital, lá venha com a ideia de mais um imposto para afugentar iniciativas”, afirmou.
O economista lamentou que, quando as receitas caem, a solução apontada seja sempre a mesma: mais impostos e taxas.
“Sempre que há um problema de financiamento, há sempre uma grande criatividade fiscal”, ironizou.
António Costa foi a Bruxelas propor três impostos, a pagar pelas plataformas digitais, pelas transações financeiras internacionais e pelas empresas poluentes.
Só esta terceira medida tem o apoio declarado de Bagão Félix.
“Quem provoca custos sociais negativos”, como as empresas que poluem, “deve compensar a sociedade”, insistiu.
No caso dos outros dois impostos, será mais uma fase do eterno “jogo do gato e do rato” e as empresas com capacidade de inovar na evasão fiscal.
Como sempre, lembrou o economista, será o consumidor a pagar o futuro imposto, mesmo que pela via “mais anestesiada”.
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