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Avós que cuidam dos netos ficam com as poupanças em risco, alerta estudo europeu

avos Segundo o estudo ‘A Prestação de Cuidados pelos Avós na Europa’, cuidar dos netos compromete as poupanças dos idosos. Esta realidade agrava-se com a quebra de apoios sociais por parte do Estado. A pesquisa, financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian e divulgada pela agência Lusa, será apresentada em Lisboa, nesta terça-feira.

O apoio que os avós estão a conceder ao participar na criação dos netos poderá pôr em causa as poupanças que fizeram ao longo da sua vida, conclui o estudo ‘A Prestação de Cuidados pelos Avós na Europa’.

A pesquisa europeia, que será apresentada nesta terça-feira, em Lisboa, alerta para a redução de prestações sociais, que pode agravar um cenário familiar economicamente enfraquecido.

O papel dos avós “na prestação de cuidados infantis, seja de forma intensiva, regular ou ocasional, pode colidir com as suas próprias capacidades de autofinanciamento da sua velhice”, assinala a pesquisa, destacando os cortes nas prestações de viuvez e pensões estatais.

De acordo com o mesmo trabalho, 40 por cento dos avós com residência nos países europeus prestam cuidados aos netos, sem que os pais estejam presentes. Portugal está entre os países onde a percentagem é maior, no que concerne a cuidados diários.

“Em Portugal, Espanha, Itália e Roménia – onde as prestações sociais pagas aos pais e às mães que ficam em casa são limitadas e onde há pouca oferta de estruturas formais de acolhimento de crianças e poucas oportunidades das mães trabalharem a tempo parcial – os avós asseguram uma grande parte dos cuidados intensivos prestados aos seus netos”, realça o estudo europeu, segundo cita a Lusa.

E é também para Portugal que se destina o alerta para as dificuldades financeiras que os avós podem encontrar, em virtude das medidas de austeridade aplicadas pelo Governo, no âmbito do programa de assistência da troika, que já terminou mas que prevê a manutenção dessas medidas.

Os cortes nas pensões e nas prestações sociais, aliados às carências dos filhos incapazes de garantir rendimento, podem deixar os avós numa inesperada (em alguns casos) situação de insustentabilidade económica.

É a Roménia que tem uma maior percentagem de avós que prestam cuidados diários aos netos, com 40 por cento. A Itália segue-se na lista, com 22 pontos percentuais, à frente de Portugal, com 12, sendo que nos países escandinavos esta percentagem é extremamente reduzida: cerca de dois por cento.

O estudo ‘A Prestação de Cuidados pelos Avós na Europa’ compara as políticas de apoio à família e influência destas na vida dos avós, no seu papel social, com cuidadores de crianças.

Foram analisadas, além de Portugal, as realidades de países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França, Grécia, Holanda, Itália, Suécia, Suíça e Roménia.

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