O que leva alguém de 53 anos a vender tudo o que tem? Certamente que o sonho de uma vida, uma excentricidade. Mas Jim Atherton, pai e avô, pegou em armas e foi para o Iraque combater o Estado Islâmico. “Quero ser um exemplo para os meus netos”, justificou-se.
Há pessoas que trabalham uma vida inteira para realizarem um sonho no ‘outono da vida’, como realizar um grande cruzeiro ou comprar uma casa na praia. E há Jim Atherton, ainda um ‘jovem’ de 53 anos, que vendeu tudo o que tinha para, pela primeira vez na vida, pegar em armas e ir para a guerra.
Ao saber que o irmão tinha morrido no Iraque, vítima de um ataque do Estado Islâmico (ISIS, na sigla internacional), Jim Atherton traçou um plano: necessitava de cerca de 18 mil libras para viajar para o Iraque, comprar armas e alistar-se numa milícia.
“Quero ser um exemplo para os meus netos”, justificou-se o britânico, acrescentando estar “cansado” de ver amigos e desconhecidos comentarem a situação de um mundo aterrorizado pelo ISIS sem nada fazerem.
Depois de vender o carro, o barco e algumas motorizadas, Jim Atherton partiu para o Iraque, em abril, e alistou-se na ‘Ordem 777’, uma milícia cristã que luta contra o ISIS no Iraque. Agora, obteve uma licença de duas semanas e voltou ao Reino Unido para ver a família.
“Estou preparado para morrer a combater o Estado Islâmico. Não sou jovem, tive um ataque do coração em 2007, mas é algo que eu tenho de fazer. Quero que os meus netos saibam que eu trabalhei para cumprir os meus objetivos”, argumentou Jim Atherton, em declarações ao The Sun.
Mas não foi só a família que o britânico ‘visitou’, pois foi ainda convocado pelos serviços secretos: “Questionaram-se durante várias horas. Deixei bem claro que vou voltar ao Iraque, embora não aconselhe ninguém a fazer o mesmo. Não sou um Rambo, mas são um bom soldado”.
“É claro que tenho saudades da família, dos cães… Ainda tenho a minha carrinha e há sempre trabalho para um motorista, mas esta guerra vai ser longa e eu quero estar presente quando o ISIS for derrotado”, concluiu.
