Nas Notícias

Aviso de Mendes para António Costa: Criticar governador do BdP é “afrontar o BCE”

As “pressões” de António Costa para forçar a saída do governador do Banco de Portugal (BdP) falharam e, diz Marques Mendes, ainda bem. “Se ele eventualmente saísse”, argumentou o comentador e conselheiro de Estado”, o que aconteceria era uma pequena revolta no Banco Central Europeu” (BCE).

O primeiro-ministro tem apontado o dedo a Carlos Costa, mas o governador do BdP saiu a ganhar do braço de ferro. Esta foi a ideia defendida pelo comentador político Marques Mendes, o conselheiro de Estado que o próximo Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, convidou a continuar.

O antigo líder do PSD abordou as recentes “pressões” que António Costa fez com o intuito (segundo Marques Mendes) de forçar Carlos Costa a deixar o BdP. O problema, continuou, é que essas declarações “matam definitivamente” a justificação para a saída do governador.

“Se saísse, já não seria pelo pé dele, seria sempre empurrado pelo Governo. Se saísse agora, o que se ia dizer é que o Governo deu uma machadada na independência do Banco de Portugal. E o Governador que viesse a seguir, neste contexto, seria uma marioneta política, ou seja, fazer aquilo que o Governo quer que ele faça”, argumentou Marques Mendes.

É certo que um governador do BdP tem de se “dar ao respeito”, sem postura de “rendição”, pelo que Carlos Costa também não tem estado bem na condução dos recentes casos, como BES/Novo Banco e Banif.

No entanto, ajuizou Marques Mendes, a continuidade do governador pode ser uma boa notícia para o primeiro-ministro que tanto o criticou, devido à importância de Carlos Costa para um dos credores da troika: o BCE.

“Se ele eventualmente saísse, o que aconteceria era uma pequena revolta no Banco Central Europeu, porque o BCE é muito cioso da independência dos bancos centrais”, insistiu o comentador: “Por isso, o BCE tomaria logo uma atitude forte. Em termos internacionais, Portugal seria visto como uma república das Bananas, porque Portugal não cumpre a independência dos bancos centrais”.

“Afrontar o BCE é mau para os interesses do País”, avisou Marques Mendes, num recado ao primeiro-ministro: “António Costa não devia ter dito o que disse, estas coisas não se tratam na praça pública”.

Em destaque

Subir