Marcelo Rebelo de Sousa comentou ontem a iminente candidatura presidencial de Sampaio da Nóvoa, um homem capaz de abranger PS, PCP e Bloco de Esquerda. “Apesar de dividir” os socialistas, é um nome capaz de “ajudar António Costa” num futuro “entendimento à esquerda”.
Ao analisar o avanço de Sampaio da Nóvoa, que no final deste mês deverá apresentar-se como candidato a Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa considerou também os impactos políticos num cenário em que o PS vença as eleições legislativas sem maioria absoluta.
“Apesar de dividir o PS, há uma franja do PS que pode discordar, penso que vai ser apoiado antes das legislativas”, antecipou o comentador político da TVI, antecipando que Sampaio da Nóvoa “pode ajudar António Costa a ir buscar à esquerda que o rodeia mais uns por cento na luta contra o centro direita”.
Neste cenário, cabe ao secretário-geral do PS “utilizar o candidato presidencial para dar um sinal de abrangência à esquerda”, uma vez que Sampaio da Nóvoa “entra no eleitorado comunista”.
“Vai servir para entendimento à esquerda com o PS e até para a viabilização de governos minoritários à esquerda”, insistiu o ex-líder do PSD: o iminente candidato “está entre PS, PCP e Bloco de Esquerda, não está entre PS e PSD”.
“Um pouco como Jorge Sampaio”, reforçou ainda Marcelo, “porventura um pouco mais à esquerda”.
Para o comentador político da TVI, a disponibilidade mostrada por Sampaio da Nóvoa para avançar rumo a Belém é uma má notícia para a direita, uma vez que pode permitir um registo nunca alcançado pela esquerda: vitórias nas autárquicas, legislativas e presidenciais.
“Com um Presidente que cobre esquerda todo o filme é outro”, alertou.
À direita, uma putativa candidatura de Paulo Portas, antecipada por um outro ex-presidente do PSD, Santana Lopes, “não faz sentido”, no entender de Marcelo Rebelo de Sousa.
Refira-se que o comentador da TVI, que é apontado por muitos como um dos mais fortes candidatos da direita a Belém, ficou em silêncio quanto a uma eventual candidatura.