Avaliação de professores chumbada pela oposição, depois do projeto de revogação apresentado pelo PSD. Os partidos com assento parlamentar uniram-se de novo e anularam uma medida preconizada pelo Governo. Lacão acusa sociais-democratas de “perder a decência”. PSD, CDS, Bloco de Esquerda e PCP chumbam hoje, no Parlamento, uma medida que o Governo preconizava: a avaliação dos docentes, uma das grandes reformas da área da Educação que o executivo de José Sócrates defendia.
Desta forma, e na mesma semana, o Governo vê-se novamente cercado pela oposição, que já não dá margem de manobra ao executivo. A minoria PS está totalmente dominada, graças a uma ‘coligação’ de todos os partidos que se opõem a esta medida dos socialistas.
O PSD apresentou a revogação da avaliação de desempenho dos professores e a oposição concordou. Esta iniciativa dos sociais-democratas contrasta, no entanto, com o chumbo laranja, quando outros partidos apresentaram projetos idênticos.
Este facto desencadeou ironia do Bloco de Esquerda e duras críticas, por parte do PS. Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares, diz que o partido de Passos Coelho “perdeu a decência”.
O modelo que o PSD e a oposição revogam “foi conseguido graças a um enorme esforço das estruturas sindicais”, que permitiu “trazer paz” às escolas. Lacão considera que alterar esta avaliação não é viável, nas atuais circunstâncias de crise política.
Agora, os sociais-democratas pretendem que o Governo crie um enquadramento legal que dê origem a uma modelo de avaliação justo e sem burocracias. O novo modelo deverá vigorar a partir do próximo ano letivo.
A avaliação dos professores, que está em vigor, foi uma das reformas que suscitou maior revolta por parte dos docentes, nos últimos anos.