Economia

“Autoeuropa em Marrocos? É irresponsável dizer isso”, lembram os trabalhadores

A Comissão de Trabalhadores (CT) não gostou de ouvir “pessoas que tiveram responsabilidades”, como Mira Amaral, ameaçar com a deslocalização da Autoeuropa. “Uma declaração destas é, no mínimo, irresponsável”.

Em nome dos trabalhadores, Fernando Gonçalves explicou que a Volkswagen não pode retirar a fábrica de Palmela e acusou Mira Amaral (embora sem o citar) de irresponsabilidade.

“Tenho ouvido algumas declarações, até de pessoas que já tiveram responsabilidades no nosso país, dizendo que a fábrica poderá vir a ser deslocalizada para Marrocos. Uma declaração destas é, no mínimo, irresponsável”.

Como explicou o coordenador da CT, existe uma especialização em Palmela que torna a deslocalização praticamente impossível.

“Esta fábrica tem um departamento de prensas e isso quer dizer que nós batemos chapa para todas as fábricas do grupo Volkswagen”, revelou.

As declarações foram proferidas durante uma conferência de imprensa para desmascarar a “prepotência” da administração da Autoeuropa.

De acordo com Fernando Gonçalves, a administração propôs o pagamento do trabalho ao sábado a 200 por cento no pré-acordo com a CT enquanto delineava a imposição “unilateral” de um novo horário, no qual o sábado é pago como um dia normal (a 100 por cento).

“Essa situação vai ficar patente no recibo do ordenado de fevereiro”, antecipou.

Face à “intransigência” da administração em negociar, os trabalhadores admitem realizar a segunda greve na história da Autoeuropa.

“A greve é sempre a última coisa que nós fazemos. Temos de esgotar todas as possibilidades, algumas já foram esgotadas, mas eu acredito que ainda é possível reverter a situação”.

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