O desgaste do Governo vai ter reflexos nas eleições autárquicas, antecipa Marcelo Rebelo de Sousa, prevendo um “mau” resultado para o PSD. Não será a “tragédia que muitos esperavam”, nem “vai haver hecatombe”, uma vez que “as expectativas estão muito baixas”, reforça.
Marcelo Rebelo de Sousa, comentador político e antigo presidente do PSD, não está confiante para o sucesso do partido nas próximas eleições autárquicas. O resultado, previu, será “mau”, devido ao desgaste que a crise política tem provocado num Governo liderado pelos ‘laranjas’.
“O resultado, se for aquele que eu penso, é um resultado que sendo mau, já houve várias vezes resultados maus e não põem em causa propriamente a liderança do Governo”, complementou Rebelo de Sousa, quando falava com os jornalistas durante um jantar de apoio a Pedro da Vinha Costa, o candidato do PSD à Câmara de Matosinhos.
Apesar do resultado vir a ser “mau”, não será uma “hecatombe”, uma vez que “as expectativas estão muito baixas”, argumentou o comentador político: “não vai haver hecatombe nas autárquicas”.
O resultado será “mau”, insistiu, mas não “verdadeiramente aquela tragédia que muitos esperavam”, pelo que será difícil resultar numa nova liderança entre os sociais-democratas: “o resultado global das eleições autárquicas não vai ser de molde a que veja quem quer que seja a defrontar o atual primeiro-ministro com hipóteses de sucesso”.
Na base desta convicção está a história política nacional, onde não existe “exemplo de algum primeiro-ministro, mesmo depois de um mau resultado autárquico, que tenha ficado para continuar o percurso e que tenha havido alguém que se tenha candidatado no congresso ou nas eleições seguintes e tenha tido sucesso”.
“Se Rui Rio avançasse, mesmo nesse caso, teria hipóteses de ganhar? Não sei, porque depende muito dos militantes que votam, das estruturas, do peso dos autarcas, da JSD, dos TSD”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.