Austrália recebe os passageiros do ‘Shokalskiy’, o navio russo que ‘gelou’ na Antártida

Os 52 passageiros do ‘Akademik Shokalskiy’, que durante duas semanas ficou bloqueado no gelo da Antártida, já chegaram à Austrália. “Estamos todos bem de saúde”, resumiu Andrew Peacock, um dos que teve de passar o Natal e entrar em 2014 a bordo do navio russo.

Quase um mês depois do navio russo ‘MV Akademik Shokalskiy’ ter ficado preso no gelo da Antártida, os 52 passageiros chegaram à cidade de Hobart, na ilha da Tasmânia, na Austrália. “Estamos todos bem de saúde”, salientou Andrew Peacock, o professor australiano que liderava uma equipa científica a bordo: “estávamos num barco maravilhoso, muito cómodo e bem equipado”.

A 24 de dezembro de 2013, o ‘Akademik Shokalskiy’ encalhava no mar gelado da Antártida. A bordo seguiam 52 passageiros, parte dos quais constituía uma equipa científica que pretendia recriar a expedição que há um século levou Douglas Mawson ao ‘continente branco’, e os 22 tripulantes.

Só a 2 de janeiro é que o quebra-gelo chinês ‘Xue Long’ conseguiu aproximar-se do navio russo, falhadas as tentativas do ‘Snow Dragon’ (China) e ‘Aurora Australis’ (Austrália), para resgatar os passageiros através de helicóptero. Enquanto a tripulação permanecia a bordo do ‘Akademik Shokalskiy’, os 52 passageiros eram evacuados para o ‘Aurora Australis’.

Na intervenção, o ‘Xue Long’ também ficou bloqueado, devido ao mau tempo e à densidade do gelo, obrigando a Autoridade de Segurança Marítima Australiana, que organizou as operações de resgate, a pedir auxílio aos EUA e à França. Coube a outro quebra-gelo norte-americano libertar os navios russo e chinês, a 7 de janeiro.

“A Antártida é um lugar imprevisível, assim como as coisas que podem acontecer por lá”, concluiu o professor Peacock.