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Austrália adverte Turquia sobre relações bilaterais

O Governo australiano advertiu hoje que “todas as opções estão em cima da mesa” relativamente às relações com a Turquia, ao considerar os comentários do Presidente turco sobre o ataque na Nova Zelândia “ofensivos e imprudentes”.

“Vou esperar para ver qual será a reação do Governo turco, antes de decidir novas medidas, mas posso dizer-vos que todas as opções estão em cima da mesa”, afirmou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, em declarações à imprensa, depois de ter convocado o embaixador turco em Camberra, Korhan Karakoc.

“O Presidente turco [Recep Tayyip] Erdogan fez comentários que me parecem extremamente ofensivos para os australianos e extremamente imprudentes no ambiente sensível que vivemos”, disse o chefe do Governo, que exigiu ainda a retirada dos comentários do chefe de Estado turco.

Na terça-feira, Recep Tayyip Erdogan apresentou os ataques às duas mesquistas neozelandesas como parte uma ofensiva contra a Turquia e o Islão, referindo-se ao atacante como um “terrorista cristão”.

“Não se trata de um ato isolado, mas de algo organizado”, afirmou Erdogan, num discurso proferido num comício, no oeste da Turquia, duas semanas antes da realização de eleições locais.

“Estão a enviar-nos uma mensagem da Nova Zelândia, a 16.500 quilómetros daqui”, sublinhou.

Brenton Tarrant, um australiano nacionalista branco, de 28 anos e que está em prisão preventiva, é o suposto responsável pelos ataques às mesquitas Al-Noor e de Linwood, na passada sexta-feira, que fizeram 50 mortos e quase meia centena de feridos.

Erdogan declarou que os “australianos hostis ao Islão” poderão ter o mesmo destino que os soldados australianos mortos pelas forças otomanas na batalha de Gallipoli, durante a Primeira Guerra Mundial.

Morrison adiantou esperar que as palavras de Erdogan, que descreveu ainda como “ignóbeis, desprezíveis e irrefletidas”, sejam rapidamente “esclarecidas e retiradas”.

Milhares de australianos e neozelandeses reúnem-se, todos os anos no dia 25 de abril, na península de Gallipoli, para assinalar o início da campanha falhada, em 1915, para abrir uma nova frente na guerra contra a Alemanha.

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