Categorias: Economia

Aumento do salário mínimo? “É criminoso”, alerta economista

A entrevista era sobre “o maior escândalo financeiro em Portugal”, como designou o grupo Espírito Santo, mas o economista César das Neves preferiu centrar o alerta numa promessa de que discorda, apesar de não custar “um tusto” ao Estado. “É criminoso subir o salário mínimo”, afirmou.

O economista César das Neves estava a analisar a evolução do caso Espírito Santo, um dos maiores grupos económicos nacionais e que está a retrair a economia portuguesa, mas centrou as atenções noutro tópico: o salário mínimo nacional (SMN).

Com as eleições legislativas agendadas para outubro do próximo ano, César das Neves não duvida de que, muito em breve, vão surgir as habituais promessas de aumentar o SMN. Mais do que um erro, seria “criminoso”, alertou.

“É criminoso subir o salário mínimo”, afirmou o economista, na entrevista à Renascença, argumentando com as “consequências dramáticas sobre os pobres”.

 No entender de César das Neves, a grande maioria do tecido empresarial não terá capacidade para suportar essa subida do SMN, o que irá levar ao encerramento da atividade e ao despedimento dos trabalhadores.

“O Governo não gasta um tusto com o salário mínimo”, mas as empresas “vão abaixo e deixam no desemprego os mais frágeis”, frisou.

“É preciso olhar para o mecanismo económico. Estas pessoas não estão a olhar para o mecanismo económico, estão a olhar para o impacto político”, insistiu ainda.

O cerne da entrevista era, contudo, o caso Banco Espírito Santo (BES) e as consequências do mesmo para a economia portuguesa.

“Um caso como o BES põe os holofotes em Portugal e é evidente que este é um problema do Governo. É um problema monetário e a entidade fundamental é o Banco de Portugal”, explicou César das Neves.

O problema que envolve todo o grupo económico da família Espírito Santo é “muito sério e pode ser o maior escândalo financeiro da história de Portugal”, cabendo à nova administração de Vítor Bento “não esconder, não enganar, não afastar”.

As “empresas como a EDP ou a PT” que fizeram “maus investimentos”, justificados pelas “influências pessoais e políticas”, vão continuar “a prestar os seus serviços”, mas essas “influências”, segundo César das Neves, “também virão ao de cima e poderão dar origem a outros escândalos”.

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