Desporto

Augusto Inácio: “Os clubes pequenos não têm tomates”

“Têm medo, comem a sua sopinha e por isso as coisas andam como andam”, afirmou o treinador Augusto Inácio, em entrevista a O Jogo.

Augusto Inácio, treinador de futebol que na última época conduziu o Moreirense à vitória na Taça da Liga, abordou o tema das diferenças orçamentais e desportivas entre os denominados três grandes do futebol português e os restantes clubes.

“Aos pequenos falta-lhes tomates. Basta ver a polémica do cigarro eletrónico: o Benfica propôs o tema a votação, contra Bruno de Carvalho, e os pequenos não votaram. Ninguém tem voz para dizer se concorda ou não? Se isto não é subserviência e medo, o que é? Por isso digo que faltam tomates ao dirigismo dos pequenos. Têm medo, comem a sua sopinha e por isso as coisas andam como andam. Os pequenos seguem a voz dos grandes, ninguém sabe o que eles sentem genuinamente, têm medo de represálias”, explicou o antigo dirigente do Sporting.

E comentou as palavras de Manuel Machado, que treina agora o Moreirense.

“Acho que essas palavras são mais no contexto de alguma frustração por querer ter mais jogadores, mais qualidade… O campeonato português está bom, mais competitivo, mas cada um com os seus objetivos. Na Taça da Liga ganhámos ao FC Porto e ao Benfica porque eles facilitaram, deixaram andar. Porque ganhamos um jogo em dez, certamente. É possível moer o juízo aos grandes e às vezes há surpresas.”

Nesta entrevista ao diário O Jogo, Augusto Inácio explicou ainda como se pode reverter esta situação.

“O orçamento não ganha os jogos, são os jogadores. Não acredito em nenhum projeto no futebol português. Porque quando se faz um projeto para três anos, ao fim de duas ou três derrotas o projeto já foi e o treinador vai para a rua. Claro que tem a ver com o dirigismo. O Braga tem uma visão fantástica, mas não consegue chegar ao título (…). Nós, treinadores, vamos vivendo com o resultado de cada domingo para ver se conseguimos manter o emprego”, afirmou.

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