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Atribuição da Ordem do Rio Branco é reconhecimento da literatura moçambicana – Ungulani Ba Ka Khosa

O escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, distinguido hoje com a Ordem de Rio Branco pelo Governo brasileiro, considera que a insígnia é um reconhecimento à literatura moçambicana.

“Esta distinção é acima de tudo um reconhecimento à literatura moçambicana”, disse à Lusa Ungulani Ba Ka Khosa, à margem da cerimónia de distinção no Centro Cultural Brasil Moçambique em Maputo.

A insígnia, considerada uma das maiores condecorações do Brasil, reconhece 30 anos de carreira literária, desde a publicação em 1987 de “Ualalapi”, obra que narra o declínio de Ngungunhane, imperador de Gaza, capturado pelos portugueses em 1895.

Para o escritor, além de reconhecer os trabalhos literários de “todos os escritores moçambicanos”, a distinção revela que a literatura moçambicana começa a “invadir novos territórios”.

“A literatura moçambicana começa a entrar no território brasileiro e a ganhar um espaço dentro do Brasil”, acrescentou.

Para o embaixador do Brasil em Moçambique, Rodrigo Soares, a distinção é fruto do trabalho que o escritor tem realizado com determinação e paixão, considerando que a obra de Ungulani Ba Ka Khosa é imprescindível para que se compreenda a história de Moçambique.

“O Brasil curva-se a Ungulani. A dinâmica produção literária do escritor tem despertado cada vez mais interesse no Brasil”, observou o diplomata, acrescentando que a insígnia representa também “um agradecimento pela inestimável contribuição” do autor para a aproximação dos dois países.

Também o ministro da Cultura de Moçambique, Silva Dunduro, destaca que a distinção é extensiva ao povo moçambicano, considerando que se trata de um autor que “sabe costurar a história de Moçambique”.

“Ungulani vai buscar a nossa história e a torna o nosso presente. Isso é um detalhe fundamental”, observou Silva Dunduro, frisando que “está de parabéns a literatura moçambicana”.

Com 11 livros publicados, o autor é uma das principais referências da literatura moçambicana, tendo sido agraciado com o prémio literário José Craveirinha, em 2007.

O “Ualalapi”, tido como o primeiro romance histórico moçambicano, mereceu em 1990 o prémio de melhor ficção narrativa moçambicana.

Ungulani Ba Ka Khosa, pseudónimo de Francisco Esaú Cossa, lançou este ano um novo livro sobre a vida do imperador, intitulado “Gungunhana” à qual junta a história ficcionada das mulheres que o acompanharam no exílio, em Portugal.

Lusa

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Lusa

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