Desporto

Atleta olímpico português denuncia falta de apoios

O atleta Rui Bragança garante que não irá pedir aos pais para suportarem despesas com projetos olímpicos. Os Jogos de Tóquio, de 2020, ficam dependentes de apoios. “Sem condições é impossível chegar a algum lado”, diz, à agência Lusa.

“Se apostarem em nós, nós vamos conseguir chegar aos Jogos Olímpicos e trazer uma medalha, vamos conseguir ser Campeões do Mundo e da Europa. Sem apoios, eu fui bicampeão da Europa, o Júlio Ferreira foi campeão da Europa, temos um atleta que é o número quatro do mundo, eu sou o número três do ranking olímpico… temos tanta coisa e sem nada”.

Bicampeão europeu da categoria -58 quilos, em taekwondo, Rui Bragança não chegou às medalhas, nem está obcecado com a conquista de um lugar no pódio, nas próximas olimpíadas. O que preocupa o atleta do Vitória de Guimarães é o modo como as modalidades são olhadas, mesmo na maior das competições desportivas.

Em declarações à agência Lusa, Rui Bragança dá poucas garantias. Mas uma delas destaca-se: “Não vou pedir mais dinheiro aos meus pais”.

Assim, a sua participação nos Jogos Olímpicos Tóquio, em 2020, depende de apoios.

“Sem condições é impossível chegar a algum lado. Podia dar para voltar a pedir aos meus pais, mas isso não dá. Só com patrocínios e apoios, porque voltar a fazer as coisas à maluca não dá”, refere o atleta de 24 anos.

Rui Bragança revela que só com ajuda familiar foi possível estar no Rio de Janeiro, a defender Portugal. “Aos meus pais devo estar aqui, todo o apoio deles, emocional e financeiro, ao meu treinador, ao meu colega de treino”, diz.

E por isso as suas conquistas são sempre um coletivo. “Nós” está presente em cada vitória de um país que continua pouco convicto das suas modalidades.

O taekwondo, em particular, não tem força em Portugal. Mas a realidade trespassa todas as modalidades que não têm força. E são muitas.

“O meu clube não é muito grande, o taekwondo ainda não tem a dimensão do futebol para alguém apostar”.

Apesar de tudo, o atleta português mantém a esperança de que “as coisas mudem” e de que se “olhe o taekwondo como, por exemplo, se começou a olhar para o judo”, modalidade ostracizada até à conquista de medalhas olímpicas.

Rui Bragança compara os apoios concedidos noutros países: “Nós íamos de voos ‘low cost’ e a ficar em ‘hostels’”…

A terminar, um apelo, reiterado, de forma propositada. Um pedido de apoio.

“Se não foi para mim, que seja para quem vem atrás de mim, que não tenham de passar por aquilo que eu passei, que tenham condições, porque talento não falta em Portugal. Basta um bocadinho, uma pequena ajuda e nós fazemos tanto, tanto”, conclui.

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