O ataque dos talibãs a uma escola em Peshawar, no Paquistão, que matou 132 crianças, foi condenado pelos talibãs do país vizinho. “A matança intencional de inocentes vai contra os princípios do Islão”, criticaram os talibãs do Afeganistão.
O Paquistão está de luto, enquanto o mundo tenta compreender a dimensão do atentado de terça-feira contra uma escola em Peshawar.
Esse ataque, já classificado como o maior atentado de sempre no Paquistão, foi realizado pelos talibãs e resultou, de acordo com os primeiros dados, em 141 mortos, dos quais 132 eram ainda crianças.
Até ao momento há ainda o registo de 80 feridos.
O Governo paquistanês, liderado por Nawaz Sharif, decretou três dias de luto nacional.
O atentado prolongou-se durante cerca de oito horas e, segundo as testemunhas que sobreviveram, os homens do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), a força rebelde que reivindicou o ato, incluiu a execução a tiro de crianças.
Foi precisamente a execução sumária de menores que levou o principal movimento talibã do país vizinho a condenar os talibãs paquistaneses pelo ataque.
“O Emirado Islâmico do Afeganistão sempre condenou o massacre de crianças e de pessoas inocentes”, referiu um comunicado dos talibãs afegãos (que têm no historial atentados envolvendo civis), citado pela AFP.
Na mesma nota, os talibãs do Afeganistão frisam: “A matança intencional de pessoas inocentes, mulheres e crianças vai contra os princípios do Islão e todos os governos e movimentos islâmicos devem aderir a esta essência fundamental”.
De acordo com a reivindicação do TTP, o ataque à escola foi justificado como represália pela operação militar que, desde junho, visa os esconderijos deste movimento e da Al-Qaeda no Waziristão do Norte, uma zona tribal próxima ao Afeganistão.
O atentado foi também condenado pela maior potência militar asiática: a China.
“Estamos profundamente chocados e transtornados com o ataque e condenamos da forma mais veemente os terroristas”, afirmou Qin Gang, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, citado pela agência estatal Xinhua.