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Quem foi a astrónoma recordada pela Google?

Foi pioneira, com descobertas na observação de galáxias e no processo de evolução das estrelas. Beatrice Tinsley completaria hoje 75 anos, o que inspira a Google para mais uma homenagem.

Hoje, dia 27 de janeiro, a astrónoma Beatrice Muriel Hill Tinsley celebraria o 75.º aniversário.

Beatrice Tinsley é a homenageada desta quarta-feira, com um google doodle, o modo original com que o motor de busca recorda grandes nomes de diferentes áreas.

Quando abrir a página principal do motor de busca, verá a representação de Beatrice, a observar os astros. Era a sua paixão, a sua arte, a sua ciência.

Com estes tributos, a Google convida-nos a uma viagem às origens de diversas personalidades.

Filha de um clérigo, Beatrice Tinsley nasceu em Chester, na Inglaterra, no dia 27 de janeiro de 1941.

A II Guerra Mundial acabou por obrigar a família a emigrar, para a Nova Zelândia, o que levou a uma mudança de nacionalidade. Viveu em Christchurch e em New Plymouth.

A ciência foi sempre uma das suas paixões. E foi ainda muito jovem que Beatrice conheceu um estudante universitário, Brian Tinsley, com quem se viria a casar – ambos completavam a formação académica.

Depois do casamento, Beatrice e Brian Tinsley mudam-se para os Estados Unidos, estabelecendo-se na cidade de Dallas, no Texas. Corria o ano de 1963.

Em paralelo com a vida familiar, desenvolve a sua carreira, sendo que em 1974 torna-se professora assistente na Universidade de Yale.

E quando se fala em “vida familiar” não é questão de somenos. É que Beatrice Tinsley e o marido adotaram duas crianças, o que é revelador de um lado humano que marca a sua personalidade e sua história.

Num mundo onde a emancipação da mulher estava longe, nos astros, Beatrice enfrentou muitas dificuldades. Era olhada pelos colegas com desprezo, pelo seu género.

Mas a verdade é que foi pioneira, com descobertas na observação de galáxias e no processo de evolução das estrelas.

Beatrice foi astrónoma, mas não se limitava à observação dos astros. Ela estudou-os, profundamente, dedicando-se com igual paixão à cosmologia, à explicação do Universo.

Fez parte de aprofundados estudos sobre se o universo é aberto ou fechado. E o que define esta diferença é a massa total que existe no Cosmos. A densidade dessa massa leva a que a gravidade obrigue o tecido do espaço-tempo a curvar-se, dando origem ao chamado “Universo fechado”.

No caso de essa densidade ser menor, verifica-se o oposto – o Universo é aberto, ou plano.

A ciência foi a paixão, mas não a única. A música preenchia o imaginário de Beatrice Tinsley, que foi membro-fundador de uma orquestra na Nova Zelândia.

Outra curiosidade da sua vida é o facto de ter sido homenageada, naquele país, batizando uma montanha: a Mount Tinsley, na sua terra-natal.

A neozelandeza trabalhou na Universidade de Yale até ao final da sua vida. Morreu precocemente, vítima de um cancro, que a derrotou no dia 23 de março de 1981.

A doença foi diagnosticada em meados de 1980, quando Beatrice Tinsley era docente. Dias antes de morrer, publicou trabalhos notáveis, uma amostra das suas descobertas e da sua imensa capacidade para chegar mais longe. São legados que ficaram para sempre.

Hoje, dia em que completaria o 75.º aniversário, Beatrice Tinsley é lembrada, com a forma que a Google encontra para lembrar os eternos.

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