Assembleia Municipal do Porto unânime em atribuir nome de José Mário Branco a rua ou praça

A Assembleia Municipal do Porto aprovou na segunda-feira, por unanimidade, o voto de pesar a José Mário Branco e a atribuição do nome do músico a uma “rua ou praça” da cidade.

“Se de José Mário se quiser dizer, de dizer-se há de ficar rouco, e de tudo e tanto se dizer, se dirá pouco (…) Indo agora inquietar para outro lado, de repente, sem aviso, de surpresa, naquele seu jeito exemplar de nunca ficar calado, deixou-nos um recado por lapidar: inteireza”, disse o deputado socialista Gustavo Pimenta, que apresentou o voto de pesar.

A este voto de pesar, que integrava a recomendação dos socialistas de “atribuir a uma rua ou praça da cidade” o nome de José Mário Branco, todos os grupos municipais se associaram.

No voto de pesar, também apresentado pelo Bloco de Esquerda, o deputado Joel Oliveira lembrou o músico que “deixou marca na cultura portuguesa e em várias gerações de artistas”.

“Um legado cultural que ultrapassa as fronteiras nacionais”, salientou.

Também o deputado da CDU Rui Sá salientou “a coerência” do músico.

“José Mário Branco era profundamente coerente, podendo estar ou não estar de acordo com aquilo que defendia, temos de reconhecer que ele defendia com convicção e coerência as suas ideias e esta é uma característica que marca o seu caráter”, afirmou.

Antes do minuto de silêncio, o deputado do movimento “Rui Moreira: Porto, o Nosso Partido”, Miguel Gomes, lembrou a homenagem prestada ao músico ainda em vida, com a atribuição do “seu nome a uma das tílias na Avenida das Tílias”.

Nascido no Porto, em 25 de maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, com discos gravados antes do 25 de Abril de 1974, quando estava exilado em França, onde chegou em 1963, por se recusar a participar na guerra colonial. Em Paris, colaborou com músicos como Sérgio Godinho e José Afonso.

O trabalho de José Mário Branco estendeu-se também ao cinema e ao teatro.

Regressado a Portugal, após a “Revolução dos Cravos”, foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades, fez arranjos e produziu discos de outros artistas, como Camané e Amélia Muge.

No início dos anos 60, militou no PCP e foi preso pela polícia política PIDE, antes do exílio em França.

Depois do 25 de Abril, José Mário Branco passou ainda pelo PCP(R) e pela UDP, da qual foi fundador, o que é destacado no voto de pesar hoje aprovado, que menciona que foi “eleito membro do seu Conselho Nacional em 1980” e que mais tarde “apoiou a criação do Bloco de Esquerda, em 1999, do qual foi dirigente, integrando a Mesa Nacional”.

Lusa

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