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Assange, o convidado que vive há três anos no Equador em Londres

julian assangeO Equador admite ter chegado a um impasse nas negociações com o Reino Unido sobre Julian Assange. O fundador do WikiLeaks, refugiado há quase três anos na embaixada equatoriana em Londres, recusa sair das instalações por saber que seria detido e extraditado para a Suécia.

Há quase três anos que Julian Assange, o australiano que fundou o site WikiLeaks, se encontra refugiado em território equatoriano na Inglaterra: a 19 de junho de 2012, o jornalista e ciberativista pediu asilo à embaixada do Equador em Londres, o que levou as autoridades britânicas a cercar a representação diplomática.

Ontem à noite, o Equador admitiu publicamente ter chegado a um impasse nas negociações com o Reino Unido sobre a situação de Assange, o ‘convidado’ que vive há quase três anos na embaixada.

O australiano, de 42 anos, tornou-se conhecido por ser o fundador do WikiLeaks, o site onde foram divulgados milhares de documentos classificados como secretos por várias autoridades, em especial pelos EUA.

Só que a Suécia emitiu um mandado de captura internacional devido a um caso em que Assange é suspeito de agressões sexuais sobre duas mulheres, em agosto de 2010.

O australiano tem repetido que é inocente, mas se puser um pé fora da embaixada (em solo britânico) será imediatamente detido e extraditado para a Suécia.

O problema de Assange, segundo o próprio, não são as acusações de agressão sexual: o australiano acredita que a Suécia, ‘pondo a mão’ nele, vai extraditá-lo para os EUA, onde poderá ser julgado por crimes de guerra: foi através do WikiLeaks que milhares de documentos secretos norte-americanos foram revelados.

O Equador concedeu-lhe refúgio na embaixada e tem solicitado ao Reino Unido uma passagem segura para a capital equatoriana. Só que a resposta britânica continua a ser o cerco: a operação de vigilância policial à representação diplomática teve, entre junho de 2012 e o final do passado mês de maio, um custo a rondar os oito milhões de euros.

“Parece haver um impasse do ponto de vista jurídico. Não conseguimos concordar sobre objetivos específicos para criar um grupo de trabalho, pelo que nem sequer formalizámos o grupo”, salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patino.

Devido ao escândalo das revelações do WikiLeaks, Assange está “há quatro anos” sem ver os filhos, “alguns” dos quais tiveram de mudar de identidade e residência após ameaças anónimas.

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