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Assalto a Tancos: Ministro abre três processos disciplinares sem saber se houve mesmo roubo

O ministro da Defesa foi ao Parlamento revelar que mandou abrir três processos disciplinares a um assalto que poderá não ter existido. Azeredo Lopes insiste que “fez o que devia ser feito” após as notícias do roubo de material de guerra a Tancos.

Ainda de acordo com as explicações do governante, os processos disciplinares foram abertos pelo Regimento de Infantaria n.º 1, que era o responsável pela guarda dos paióis que podem ou não ter sido assaltados – algo que o ministro não sabe.

Afinal, foi ou não roubado material de guerra em Tancos? O ministro da Defesa não pode responder. “São do domínio da autoridade judiciária competente”, explicou, sendo que “o inquérito encontra-se em segredo de justiça”.

Os relatórios feitos pelos ramos militares e pela Inspeção de Defesa Nacional foram classificados como “secretos” por “quem os realizou” e não pelo Ministério, reforçou.

A chamada de Azeredo Lopes ao Parlamento ganhou relevância depois do ministro assumir que, “no limite”, até pode nem ter havido qualquer assalto a Tancos.

“Como não temos prova visual nem testemunhal, nem confissão, por absurdo podemos admitir que o material já não existisse e que tivesse sido anunciado”, argumentou o governante, numa entrevista recente.

No Parlamento, Azeredo Lopes considerou que o apuramento do que realmente se passou “não pode ser substituído por processos de averiguações, que têm um objeto e função diferentes”.

Recorde-se que a polémica entrevista do ministro terá sido determinante para Marcelo perder a cabeça: o Presidente terá exigido ao primeiro-ministro que deixe cair Azeredo Lopes na próxima remodelação governamental.

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