As orientações da DGS para a reabertura das creches
A Direção-Geral da Saúde publicou hoje o documento com as orientações para a reabertura das creches, uma das medidas mais polémicas do plano de desconfinamento.
Pais e educadores têm contestado publicamente a decisão de reabrir as creches devido ao risco de contágio da covid-19, com a principal questão a residir nas dúvidas sobre a prática do distanciamento (entre 1,5 a dois metros) por crianças com menos de três anos de idade.
Perante essa contestação, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sustentou que “o risco de voltar para a escola é o risco de viver em comunidade”.
“Não há motivo para que os pais não deixem os filhos ir à escola. Quero dizer a todos os pais, alunos, professores, auxiliares e a toda a comunidade escolar e educativa que o regresso às aulas está a ser ponderado para garantir a segurança de todos”, reforçou.
Os resultados dessa ponderação foram agora revelados, com a publicação das orientações para a reabertura das creches.
Assim, a DGS recomenda a redução do número de crianças por sala e um afastamento entre si de berços, espreguiçadeiras e mesas, para assegurar um maior distanciamento.
Cada criança deve usar sempre a mesma sala, sempre acompanhada pelo mesmo funcionário, para reduzir o contacto entre diferentes grupos e salas.
Os horários de entrada e saída devem ser desfasados de sala para sala, sendo definidos circuitos de circulação diferenciados.
As crianças devem descalçar-se à entrada, podendo usar um outro calçado dentro da sala, sendo que este não pode sair do local.
Na sesta, cada criança tem de ter um colchão próprio, o qual deve ficar o mais afastado possível dos restantes.
Não podem ser levados brinquedos nem objetos não essenciais de fora, com cada sala a ter o próprio conjunto de brinquedos, a ser lavado e desinfetado com frequência.
O uso do refeitório deve ser desfasado, por sala, com cada criança a ter um lugar marcado.
Todos os funcionários devem usar máscara cirúrgica no trabalho.
As salas e demais espaços devem estar tão arejados quanto possível, com portas e janelas abertas, sem que isto comprometa a segurança das crianças.
Havendo espaços vazios (por suspensão de outras atividades ou outro motivo), os mesmos devem servir para ampliar a creche.
“São regras que ajudam a minimizar o risco sem coartar o desenvolvimento normal deste grupo. Estamos a entrar num novo tipo de normalidade. [As crianças] vão brincar, como é óbvio. Não há risco zero, mas [as regras] minimizam. Tentamos conciliar o melhor de dois mundos, permitir atividades lúdicas aos meninos com regras”, explicou Graça Freitas.