Economia

“As oficinas independentes vão desaparecer”, alerta a ACAP

ExpoMecanica_900Os mais recentes avanços tecnológicos da indústria automóvel terão a breve prazo um fortíssimo impacto no negócio das empresas (cerca de 6000) que se dedicam à reparação de veículos no nosso País de uma forma independente, prognostica a ACAP, a uma semana do pós-venda automóvel nacional confluir para a Exponor, por ocasião da 3.ª edição do Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto.

O setor aproveita a expoMECÂNICA, a presença de 165 operadores do aftermarket e uma expetativa de 15 mil visitantes profissionais para debater o futuro da atividade. Em perspetiva estão três dias de intenso networking e negócios que, para muitas empresas, alimentam vários meses de trabalho

“Tremenda” e “rápida”, a evolução tecnológica que (também) está no horizonte do pós-venda automóvel português irá ditar o desaparecimento das oficinas independentes tal como as conhecemos, acredita – e alerta – Joaquim Candeias, presidente da Divisão do Comércio Independente de Peças (DPAI) da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) e um dos diretores da federação europeia (a FIGIEFA) que representa politicamente em Bruxelas os distribuidores do setor.

Na antecâmara do expoMECÂNICA – 3.º Salão de Equipamentos, Serviços e Peças Auto, que ocupará a Exponor – Feira Internacional do Porto de 15 a 17 próximos, o responsável associativo não tem dúvidas quanto ao cenário de mudança, ditado pelos últimos conceitos e realidades da indústria automóvel, da qual já se percebem “grandes alterações” na atualidade. Estas “vão influenciar totalmente o negócio” do aftermarket luso do setor, cujo volume rondará os 2,5 mil milhões de euros, segundo estimativas associativas.

“As oficinas independentes vão desaparecer, passando a oficinas multimarca, adaptadas às novas tecnologias, que as vão obrigar a estabelecer ligações em rede e a outros parceiros, a Associações, sempre com grande partilha de informação”, sublinha Joaquim Candeias.

Ora, segundo António Teixeira Lopes, presidente da Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN), outra das entidades da área que empresta o seu apoio ao expoMECÂNICA, Portugal terá neste momento aproximadamente seis mil oficinas independentes a operar. Depois da conjuntura de crise e de austeridade terem impelido nos últimos 10 anos para o encerramento perto de metade das 12 mil que existiam, na avaliação da ARAN, eis que o mercado enfrenta agora um redobrado desafio.

E o desafio, reconhecidamente “grande” pelo dirigente da ACAP, não se adivinha nada fácil. Obrigará as empresas a “ajustar todo o seu negócio” a um novo paradigma, garante Joaquim Candeias. Tarefa árdua, fundamenta, inclusive porque os operadores económicos do setor “têm ainda muito enraizado métodos tradicionais”, e que obrigará à assunção de um “posicionamento distinto do passado”.

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