As mulheres e crianças que o Estado Islâmico tem aprisionado estão a ser vendidas como escravas sexuais. Uma representante da ONU viu a ‘tabela de preços’ e constatou que uma mulher pode ser comprada ‘em saldo’ quando comparada com uma criança, que rende até 152 euros.

Já não havia dúvidas de que o Estado Islâmico é capaz de atos bárbaros, mas as notícias mais recentes ainda são capazes de surpreender o mundo ocidental.

Zainab Bangura, uma alta dirigente da ONU, confirmou que em abril, quando esteve a visitar o Iraque, viu o preço que o ISIS (a sigla internacional do movimento terrorista) cobra pelas escravas sexuais.

“As raparigas são trocadas como se tratassem barris de combustível”, explicou a diplomata.

Ainda segundo Zainab Bangura, “uma menina pode ser vendida e comprada por cinco ou seis homens diferentes”, havendo ainda ocasiões em que “os combatentes vendem as raparigas de volta à família, em troca de milhares de dólares”.

É de recordar que, sempre que conquista território (em especial na Síria e no Iraque), o ISIS executa os homens e aprisiona as mulheres e as crianças, com exceção de quem comprovar ser muçulmano sunita.

As mulheres e as crianças são depois vendidas como escravas sexuais, sendo que, quanto mais nova é a vítima, maior é o preço.

A ‘tabela’ que chegou às mãos de Zainab Bangura vende as crianças com idades entre o 1 e os 9 anos por 230 dinares iraquianos (cerca de 152 euros), valor que desce para cerca de 114 euros para as crianças e jovens entre os 10 e os 20 anos.

Quanto às mulheres com mais de 20 anos, não chegam a ‘custar’ três dígitos.

Os compradores, ainda segundo a enviada especial das Nações Unidas para a violência sexual em conflitos, figuram entre as altas patentes do ISIS, mas também há (muitos) magnatas do Médio Oriente.

Os negócios podem ser feitos diretamente ou em formato de mercado, com a exposição da ‘mercadoria’, nomeadamente as crianças e as mulheres.

A antiga ministra dos Negócios Estrangeiros da Serra Leoa acrescentou ainda que o ISIS tem um ‘Ministério’ que organiza os casamentos e a venda das vítimas.