Os árabes entraram na corrida a Marte. Os Emirados anunciaram a constituição de uma agência espacial para que em 2021, nos 50 anos do país, uma missão não tripulada chegue ao ‘planeta vermelho’. Para já, foram investidos pelo menos 5,44 mil milhões de dólares.

Que os EUA e a Rússia competem há décadas pelo poderio espacial não é uma novidade. Que a Europa, o Japão e a China se tenham juntado a essa corrida, para demonstrarem a crescente influência económica e política, também não. Até potências regionais, como a Índia e o Brasil, se juntaram à lista.

Agora, são os árabes quem entra na corrida. Em comunicado, os Emirados Árabes Unidos (EAU) revelaram que querem pousar uma sonda de exploração em Marte em 2012, o ano em que o país celebra o cinquentenário da federação.

O xeque Khalifa Ben Zayed Al-Nahyane, Presidente dos EAU, assumiu que “o objetivo é desenvolver as capacidades tecnológicas e intelectuais dos Emirados nos domínios aeroespacial e de exploração do espaço”.

A nova agência, cuja sigla internacional é WAM, emitiu um comunicado a salientar que “os Emirados entram assim na exploração espacial”, tornando-se no primeiro país árabe e islâmico a lançar uma sonda.

A ambição não é refreada pela falta de tradição dos países árabes na tecnologia espacial. Os EAU, sete emirados que se federaram em 1971, podem não ter os conhecimentos científicos das grandes potências, mas têm muitos ‘petrodólares’ para pagar a quem sabe.

Até ao momento, já foram investidos mais de 20 mil milhões de dirhams, ou 5,44 mil milhões de dólares (4000 milhões de euros), revelou o xeque Mohammad Ben Rached Al-Maktum, vice-presidente do país e emir do Dubai.

Para além de ficar responsável pela sonda ‘Marte’, que tem de percorrer 60 milhões de quilómetros (ao longo de nove meses) para chegar ao ‘planeta vermelho’ em 2021, a WAM terá ainda funções de supervisão sobre os vários organismos que trabalham na área do espaço, como o Dubaisat (agência de observação por satélite), o Al Yah (telecomunicações) e o Thuraya (telecomunicações).

Ainda segundo a própria agência, os EAU são o nono país a entrar na corrida a Marte.