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Aprenda a distinguir um AVC de um Enfarte

ARTIGO DE OPINIÃO DO MÉDICO JOÃO BRUM SILVEIRA, COORDENADOR NACIONAL DO STENT SAVE A LIFE E DA CAMPANHA CADA SEGUNDO CONTA (APIC)

As doenças cardiovasculares não afetam apenas o coração, afetam também os vasos sanguíneos e diferentes órgãos.

Em Portugal, as principais responsáveis pela elevada taxa de mortalidade e que ainda parecem difíceis de distinguir são o enfarte agudo do miocárdio, que acontece no coração; e o acidente vascular cerebral (AVC), que afeta o cérebro.

Tanto o AVC, como o enfarte agudo do miocárdio, localizam-se em órgãos diferentes e se não forem tratados atempadamente, podem causar sequelas graves na vida do doente, podendo até, e como já foi referido, levar à morte.

Ambos estão associados a episódios vasculares, o que significa que envolvem os vasos sanguíneos e, particularmente, as artérias.

O enfarte ocorre quando uma das artérias que transporta o oxigénio e os nutrientes ao coração fica obstruída. Como tal, as pessoas devem estar atentas a sintomas, tais como: dor no peito, suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade.

Já o AVC ocorre quando uma das artérias que transporta o oxigénio e os nutrientes para o cérebro fica obstruída (AVC isquémico) ou quando uma artéria do cérebro rompe (AVC hemorrágico), a pessoa pode sentir que a face fica assimétrica de uma forma súbita, aparecendo um “canto da boca” ou uma das pálpebras descaídas; falta de força num braço ou numa perna subitamente; fala estranha ou incompreensível; perda súbita de visão, de um ou de ambos os olhos, e forte dor de cabeça, sem causa aparente.

O risco aumenta, se algumas das seguintes situações estiverem presentes: tabagismo; colesterol elevado; diabetes; hipertensão arterial; excesso de peso ou obesidade; abuso de bebidas alcoólicas; sedentarismo (pouco exercício físico).

Torna-se, assim, primordial a aposta na prevenção destas doenças, adotando um estilo de vida saudável: pratique exercício físico, mesmo que apenas 10 minutos por dia; evite o álcool; não fume; controle a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura; e mantenha a vigilância médica regular.

Em ambos os casos, na presença destes sintomas, as pessoas devem evitar deslocar-se para o hospital num veículo próprio. Recomenda-se que liguem rapidamente para o 112, que sigam as instruções que lhe forem dadas e que aguardem pela chegada da ambulância, que encaminhará para um centro especializado, onde tratará a situação como prioritária, instituindo o tratamento mais adequado.

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