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Apneia do sono afeta 34 por cento dos homens e 17 por cento das mulheres

Roncopatia, cansaço e sonolência são os principais sintomas. Dispositivos de tratamento são cada vez menos invasivos e de fácil utilização.

A síndrome de apneia do sono afeta mais de três em cada 10 homens e uma em cada cinco mulheres entre os 30 e os 70 anos, e é uma perturbação respiratória que consiste numa pausa da respiração durante o sono cerca de 10 segundos e mais de cinco vezes por hora.

A apneia do sono é mais comum em adultos do que em crianças. Para debater este e outros problemas relacionados com o sono, realiza-se amanhã, 17 de março, a conferência “O Sono não se discute. Desafios da Medicina do Sono” que reúne um vasto painel de especialistas da área.

Existem três tipos de apneia do sono: apneia obstrutiva do sono (SAOS), a mais comum; a apneia central do sono, menos prevalente do que a anterior; e a apneia mista do sono, que ocorre quando existem, simultaneamente, apneia central do sono e apneia mista do sono.

Uma vez que o sono é interrompido devido à respiração inadequada, a principal consequência da apneia do sono é a ausência de um sono reparador, que se reflete na incapacidade de atingir as fases profundas e reparadoras.

“O sintoma mais comum de apneia do sono é a roncopatia [ressonar]. A este sinal juntam-se sonolência excessiva, cansaço sem motivo aparente e a falta de energia para as atividades diárias ou para praticar exercício físico, tensão alta e cefaleias matinais, urinar a meio da noite, etc”, refere Teresa Paiva, neurologista do Centro de Electroencefalografia e Neurofisiologia Clínica.

Esta condição acaba por influenciar o dia a dia do doente com apneia, já que se traduz num quadro de sonolência diurno, que não permite executar a cem por cento atividades normais como trabalhar ou conduzir.

A curto prazo origina cefaleias, irritabilidade e alterações do humor. Nos casos mais graves, deteta-se um decréscimo das capacidades intelectuais, défice de atenção, problemas de memória e de raciocínio e perda da função sexual.

A incorreta oxigenação do sangue que ocorre durante a noite pode ainda provocar o aumento do batimento cardíaco, hipertensão arterial, arritmias, aumento do risco de enfarte agudo do miocárdio e alterações hormonais.

O diagnóstico de apneia do sono é realizado pelo médico, com recurso a exames complementares endoscópicos e estudos polissonográficos do sono noturno, assim como ao historial sobre o sono do doente e situações do dia a dia.

Na maioria dos casos, o doente é encaminhado para uma consulta especializada, onde é confirmado o diagnóstico e planeado o tratamento.

“Atualmente existem muitas opções de tratamento para a apneia do sono que vão desde os dispositivos de CPAP aos dispositivos orais, entre outros, que permitem o tratamento eficaz e a melhoria significativa da qualidade de vida do doente. Estes dispositivos são hoje, na sua maioria, fabricados com recurso à mais alta tecnologia, permitindo que sejam silenciosos e de fácil utilização para garantir o maior conforto possível ao doente durante o sono”, acrescenta Gabriela Videira, médica dentista e coordenadora da Secção do Sono da Sociedade Portuguesa de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial.

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