Apesar da anulação da greve TAP não evita prejuízo de 6,2 milhões de euros

A transportadora aérea perdeu 6,2 milhões de euros com a greve que não chegou a sê-lo. O aviso de cancelamento da paralisação dos trabalhadores da NAV, que surgiu na madrugada de ontem, veio tarde de mais, para a TAP. Ameaças de greve provocaram redução nas reservas.

De acordo com números avançados por fonte oficial da TAP ao Diário Económico, a transportadora aérea portuguesa perdeu 6,2 milhões de euros, em virtude da redução das reservas. Ontem, assinalaram menos 33 400 reservas de passageiros, em comparação com o total de passageiros em reserva a 20 Junho.

Esta redução nas reservas, provocada pela greve agendada pelos trabalhadores da NAV, representa uma quebra de receitas de 6,2 milhões de euros para a TAP, independentemente do cancelamento da paralisação, anunciado nas primeiras horas do dia de ontem.

A TAP sofreu consequências deste protesto porque teve de proceder a mudanças nos horários de cerca de 150 voos, agendados para esta sexta-feira e para sábado. Por outro lado, em virtude do protesto dos controladores aéreos, houve necessidade de mudar horários em 50 voos.

Recorde-se que ontem a empresa controladora do espaço aéreo português cancelou a greve que se iniciaria hoje. Os sindicatos representativos da NAV conseguiram abrir vias de diálogo com o Ministério das Finanças e o Ministério da Economia, a fim de serem travados os problemas suscitados pelo modelo de negócio da NAV.

No site oficial da TAP (empresa que tinha planeada a suspensão de voos), confirma-se que foi “desconvocada a greve na NAV, que afetaria o controlo de tráfego aéreo em Portugal”, entre os dias 29 e 30 de junho e 1 e 3 de julho”. As razões deste protesto prendem-se com o “modelo de negócio da NAV”, que exige “soluções que evitem a perda anual de milhões de euros”.

As divergências passaram ao diálogo, sendo que esta greve, que “provocaria grandes restrições ao tráfego aéreo em Portugal”, como assume a TAP, deixa de se realizar. No entanto, a TAP não evita aquelas perdas, que já foram quantificadas.

Com a desconvocação do protesto da NAV, a TAP promete “envidar esforços para repor a operacionalidade o mais brevemente possível”, explica a transportadora aérea no site oficial.

Os trabalhadores aguardam agora “empenho político efetivo do Governo no processo de diálogo” para se encontrarem “respostas concretas à situação da empresa e dos seus colaboradores” e afirmam que se manterão “expectantes e atentos aos desenvolvimentos”.

Os trabalhadores da NAV – entre os quais, os trabalhadores aéreos – querem um regime de exceção que permita à operadora não ser abrangida pelas medidas de contenção que o Governo tem planeadas.