Em todo o mundo, quase 1 em cada 6 adultos vive com obesidade e os números têm aumentado nas últimas décadas, com a prevalência global da obesidade a triplicar desde 1975. Contudo, esta tendência não se verifica apenas na população adulta e a evidência diz-nos que a obesidade infantil aumentou dez vezes em 4 décadas. Se nada for feito, prevê-se que atinja cerca de 250 milhões de crianças até 2030.
“Um olhar para os números globais da obesidade é suficiente para percebermos que não estamos onde devíamos estar. A obesidade é um problema global que afeta 800 milhões de pessoas em todo o mundo. Este dado é particularmente alarmante quando pensamos que as pessoas com obesidade apresentam um maior risco de desenvolver doenças crónicas, como diabetes, doenças cardiovasculares, cancro e doenças respiratórias”, explica José Manuel Boavida, Presidente da APDP.
É importante também lembrar que 67,6% da população portuguesa tem excesso de peso ou obesidade, sendo que a prevalência de obesidade é de 28,7%. Em 2018, ocorreram 46 269 óbitos por doenças relacionadas com obesidade, o que representa 43% dos óbitos totais ocorridos em Portugal continental naquele ano.
João Filipe Raposo, Diretor Clínico da APDP, defende uma abordagem que contemple a intervenção da comunidade: “Para lidarmos com a obesidade com sucesso, precisamos de conhecer as suas causas mais profundas, implementando um pacote abrangente de políticas de prevenção e de tratamento”.
“O exemplo das Casas da Diabetes, projeto da APDP que fomenta a capacitação e o apoio entre pares para o difícil processo de mudança de hábitos, um programa que mobilize a comunidade e que se dirija às pessoas com maior risco, pode fazer a diferença. O desafio ultrapassa o próprio Sistema de Saúde, necessitando da ação das autarquias e das organizações da sociedade civil. É necessário encorajar a colaboração entre todos estes diferentes sectores da sociedade”, salienta.
O Dia Mundial da Obesidade, em 2022, tem como mensagem “Podemos trabalhar todos juntos para garantir vidas mais felizes, mais saudáveis e mais longas para todos”. As causas para a obesidade são complexas e resultam da conjugação de vários fatores que podem estar relacionados com o risco genético, a alimentação, a atividade física, a literacia, o acesso aos cuidados de saúde, os eventos da vida, o marketing, a saúde mental, o sono, a discriminação e o estigma.
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