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“Aparentemente, o primeiro-ministro mudou para melhor”, diz Lobo Xavier

O conselheiro de Estado António Lobo Xavier elogiou a mudança de comportamento de António Costa em relação às medidas de combate à pandemia de covid-19, considerando que o primeiro-ministro, “aparentemente, mudou para melhor”.

Em causa está o facto de Costa ter aceitado as recomendações de especialistas como Manuel do Carmo Gomes, que defendeu um confinamento por um período mais longo em vez do ‘abre e fecha’ e o uso de “métricas” para a aplicação das medidas de restrição.

“O primeiro-ministro acolheu completamente essa nova estratégia. O confinamento será mais longo”, realçou o antigo líder parlamentar do CDS.

A nova postura de Costa marca, no entender de Lobo Xavier, o fim das decisões tomadas na ótica da “expetativa otimista”.

“Há uma série de situações em que essa expetativa otimista sobre um golpe de sorte corre mal, e corre mal com consequências negativas no combate à pandemia. O que se percebe agora é que não basta confinar com esta expetativa otimista”, frisou o advogado, na Circulatura do Quadrado, na TVI24.

“No programa em que esteve cá o primeiro-ministro desfiámos uma série de coisas que correram mal e que o Governo não trata como coisas que correram mal, mas [coisas] que não podia prever”, lembrou o ex-deputado centrista.

Como exemplo, lembrou o caso da “impreparação das escolas para o ensino à distância” e a “trapalhada com a aquisição dos computadores”.

“Apesar das promessas feitas, não foram comprados os computadores para as escolas, que estão em deficientes condições para fazerem o ensino à distância, provavelmente porque esperavam não ser necessário gastar aquele dinheiro em computadores”, atirou.

Noutro exemplo, recordou a nomeação de Francisco Ramos para coordenar o plano nacional de vacinação contra a covid-19: “Também puseram à frente da comissão de vacinação uma pessoa respeitável, que é diretor executivo de um hospital em dificuldades, porque achavam que o tempo chega para tudo e que não era preciso policiar as vacinas porque provavelmente as coisas iam correr bem. E a vacinação ia ser feita nos centros de saúde porque provavelmente isso seria suficiente”.

“Há coisas que dão alguma esperança, mas são mudanças deste estilo de comportamento. O novo presidente da comissão de vacinação já mostrou uma coisa, que não tem tabus nem preconceitos. Já disse que não será possível vacinar as pessoas usando só o Serviço Nacional de Saúde. São coisas que eram óbvias, mas que não eram para a retórica do antigo presidente da comissão de vacinação e para a ministra da Saúde”, concluiu Lobo Xavier.

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