Economia

Apagão da banca eletrónica em Moçambique com “impacto muito negativo”

O economista-chefe do Standard Bank em Moçambique, Fáusio Mussá, apontou hoje um impacto muito negativo no setor face ao apagão da banca eletrónica do país, que se regista desde sexta-feira.

A situação “tem um impacto muito negativo na economia, nas pessoas, no sentimento em relação ao país e em relação à forma como o país funciona”, referiu num debate sobre a economia moçambicana promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e em que foi confrontado com a questão pela plateia.

“Estou convencido que as autoridades não vão permitir que esta situação dure mais tempo”, acrescentou.

Apesar do cenário, Fáusio Mussá mostrou-se “confiante” numa solução a curto prazo.

“A única coisa que posso dizer é que, apesar deste impacto negativo, estou extremamente confiante que não vamos chegar ao Natal com esta situação difícil”, referiu.

O economista mostrou-se “desapontado pela forma como este assunto foi abordado”, depois de ter ouvido “as respostas que foram dadas pelas pessoas ligadas” ao dossiê – questionando a demora em antecipar os danos e a mensagem de “incerteza” que passou para o mercado.

Os cartões da maioria dos bancos moçambicanos, bem como a rede de caixas automáticas e pontos de pagamento (POS) do país, pertencentes à rede da Sociedade Interbancária de Moçambique (Simo), estão paralisados.

A empresa portuguesa Bizfirst, gestora do software, desligou o sistema na sexta-feira acusando a Simo de ter utilizado a plataforma informática sem a contratar, nem pagar, depois de celebrado um memorando de entendimento em 2016 a que nunca deu seguimento.

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, disse hoje no parlamento moçambicano que a empresa optou por uma “solução nuclear”, responsabilizando-a por falhas anteriores que classificou como “ataques cibernéticos”.

O Banco de Moçambique é acionista maioritário da Simo e disse ainda não haver uma previsão de quando o sistema será reposto.

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