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“Ao contrário do PSD, nós não interferimos na RTP”, diz ministra da Cultura

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, negou hoje qualquer ingerência governamental na RTP e acusou o PSD de tentar desestabilizar as rádio e televisões públicas com o objetivo da sua privatização futura.

Em debate parlamentar de atualidade, requerido pelo PSD com o tema “RTP – Serviço Público”, esteve em causa, principalmente, a recente demissão da direção de informação da estação pública de televisão na sequência da polémica interna pela alegada suspensão do programa de investigação “Sexta às Nove”, nomeadamente uma reportagem sobre exploração de lítio, durante a campanha eleitoral para as legislativas.

“Eu também me questiono se o que está em causa não é, mais uma vez, criar uma situação de desestabilização, de ingerência, essa sim do PSD na RTP, para denegrir a RTP e criar condições para voltar a defender a privatização da RTP como já defendeu no passado e gostaria de voltar a defender no futuro”, acusou.

Segundo Graça Fonseca, “não há frontalidade do lado do PSD para assumir aquilo que quer para a RTP”.

“Que fique muito claro, este Governo nunca defendeu a privatização da RTP, sequer de algum canal da RTP. É uma marca muito importante, uma diferença entre o PSD e o Governo. O PSD defendeu no passado a privatização da RTP. Há outra coisa que diferencia muito bem o Governo do PSD”, referiu.

“Ao contrário do PSD, nós não interferimos na RTP, não fazemos nenhum debate sobre a direção de informação da RTP. O PSD, ao trazer para debate em plenário, em plena campanha eleitoral do PSD, uma discussão sobre a direção de informação da RTP é extraordinário como consegue acusar o Governo de ingerência. Não, o Governo não intervém. O Governo não tem tutela”.

Na segunda-feira, 16 de dezembro, a diretora de informação da RTP, a jornalista Maria Flor Pedroso, colocou o seu lugar à disposição por considerar não ter “condições para a prossecução de um trabalho sério”, no âmbito do conflito que a envolveu com a coordenadora do programa “Sexta às 9”, Sandra Felgueiras, incluindo, além da reportagem sobre o lítio, uma investigação sobre o Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM), tendo a administração aceitado.

Em causa está um relato feito por Felgueiras, em 11 de dezembro, numa reunião com o Conselho de Redação (CR) a propósito do programa sobre o lítio, em que adiantou que o “Sexta às 9” estava a investigar suspeitas de corrupção no âmbito do processo de encerramento do ISCEM, que passava pelo alegado recebimento indevido de “dinheiro vivo”.

Flor Pedroso foi acusada de ter transmitido informação privilegiada à visada na reportagem [diretora do ISCEM, Regina Moreira], algo que a diretora de informação da RTP “rejeitou liminarmente”, de acordo com as atas do CR e com a posição enviada à redação pela diretora de informação da RTP na passada sexta-feira, a que a Lusa teve acesso.

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