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António Costa não pronuncia nome de Sócrates na reação à preventiva

antonio costa2 “Este é o tempo da Justiça”, destacou António Costa, na reação à prisão preventiva a que José Sócrates ficou sujeito. O secretário-geral do PS não pronunciou, por uma única vez, o nome de Sócrates. Mas destacou algumas das bandeiras dos executivos ao qual pertenceu, como o Simplex, o programa Novas Oportunidades, ou o Plano Tecnológico.

Nesta terça-feira, numa declaração aos jornalistas à margem da Assembleia Municipal de Lisboa, António Costa reagiu à medida de coação determinada pelo juiz Carlos Alexandre, com José Sócrates a ficar em prisão preventiva – o ex-primeiro-ministro já está no Estabelecimento Prisional de Évora e hoje recebeu as primeiras visitas.

E foi fácil perceber que o atual secretário-geral do PS escolheu bem as palavras para comentar aquela decisão judicial. “Este é o tempo da Justiça”, disse António Costa, que manteve o registo, sem sair desta linha de raciocínio.

“É o tempo para deixarmos a Justiça fazer o seu trabalho, de a acusação acusar e de a defesa defender-se”, sublinhou, quando instado a abordar as eventuais implicações políticas que esta decisão pode ter, relativamente à estratégia do PS na antecâmara das Legislativas do próximo ano.

“Aquilo que nos cumpre a todos é confiar nas instituições, confiar que a Justiça faça o seu trabalho e que a verdade seja apurada”, disse também António Costa, evitando sempre a questão política.

“Nada disto penaliza as firmes convicções do PS quanto aos valores essenciais num Estado de direito democrático. A confiança nas instituições, a independência da justiça, a presunção da inocência, a prioridade ao combate à corrupção e a defesa da transparência são valores que nunca estarão afetados, na vida do Partido Socialista”, salientou António Costa, resumindo a ideia já transmitida quando fora confrontado com a detenção de José Sócrates.

António Costa conseguiu responder a duas mãos cheias de perguntas sem pronunciar o nome de Sócrates e sem esclarecer qual a sua visão sobre os efeitos políticos para o PS, que vê um antigo secretário-geral detido, por ordem de um tribunal, após suspeitas de crimes de corrupção, fraude fiscal agravada e branqueamento de capitais.

Sobre a possibilidade de este caso abalar o futuro próximo do PS, Costa repete a ideia da separação da política e da Justiça. Mas António Costa deixou uma palavra ao legado do antigo secretário-geral do PS, destacando o “contributo de ações governativas” dos executivos de Sócrates.

“O trabalho da Justiça incide sobre um caso concreto, mas que em nada afeta o orgulho que devemos ter em programas como o Simplex, o Novas Oportunidades, a importância do Plano Tecnológico ou a importância de termos tido o défice mais baixo de sempre na Democracia em 2007”, fez ver.

O PS terá de ser capaz de estar à altura do “peso da responsabilidade de se afirmar como oposição e de construir uma alternativa”, com os seus atores a “separar os sentimentos”, do “trabalho que a Justiça tem que fazer”. “Num Estado de Direito é fundamental separarmos estes universos”, assinalou António Costa.

E neste encontro improvisado com os jornalistas conseguiu evitar pronunciar o nome do ex-primeiro-ministro, que está desde ontem no Estabelecimento Prisional de Évora.

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