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António Borges: “Não falei em nome do primeiro-ministro”, diz ao CM o consultor do Governo

antonio borgesO consultou do Governo, António Borges, revela ao Correio da Manhã que não falou em nome do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, quando chamou “ignorantes” aos empresários que criticaram a Taxa Social Única. Esta declaração, no Fórum Empresarial do Algarve, suscitou críticas, mas Borges não reage: “Não respondo a insultos”.

António Borges, no I Fórum Empresarial do Algarve, no passado sábado, chamou “completamente ignorantes” aos empresários que discordaram da TSU – medida que o Governo retirou dos planos, em virtude de críticas que suscitou.

E a reação às declarações de Borges, que é consultor do Governo para a área das privatizações, não se fizeram esperar. Diversos líderes de organizações patronais ripostaram, bem como alguns políticos e ex-políticos, que lamentaram a opinião de António Borges.

O ex-ministro Bagão Félix, em entrevista ao Económico publicada nesta segunda-feira, revela que faz parte dos ignorantes, em matéria da TSU, colocando-se ao lado dos empresários. “Só posso dizer que faço parte dos completamente ignorantes nesta matéria da TSU. A sua declaração foi inoportuna”, disse Bagão.

Em declarações ao Correio da Manhã, Borges veio, entretanto, esclarecer que falou em nome pessoal e não manifestou qualquer visão do Governo ou ideia do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

“No que diz respeito à Taxa Social Única, não falei em nome do primeiro-ministro, nem como consultor do Governo. É apenas uma opinião pessoal”, referiu o consultor do Governo, àquele jornal.

António Borges também foi alvo de críticas do presidente da CIP, que considerou “infelizes” aquelas palavras. António Saraiva foi mais longe e referiu ainda que “a maioria dos empresários portugueses também não contrataria [António Borges], porque só tem um determinado conhecimento e não uma visão alargada”.

Estas palavras não merecem comentários do consultor do Governo, que as entende como “insultos” aos quais não responde.

Recorde-se que António Borges foi muito crítico para com os empresários que criticaram a descida da TSU para as empresas (de 23,5 para 18 por cento, na contribuição para a Segurança Social).

“Houve uma ligeireza de análise no modo como alguns empresários atacaram a redução da TSU”, afirmou António Borges, salientando que foram “totalmente ignorantes”, por não entenderem os benefícios da medida. O presidente da CIP questionou Borges: “Se a medida é tão benéfica, por que razão o Governo recuou?”.

O Governo quer manter-se alheio a esta polémica. O Correio da Manhã cita fonte do gabinete de Passos Coelho para lembrar que António Borges “não é ministro”, pelo que “não representa a opinião do Governo”.

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