António Albuquerque rescindiu o contrato com a EDP no mesmo dia em que a Visão noticia que a existência desse vínculo. O ex-jornalista de economia, contratado como consultor, é marido de Maria Luís Albuquerque, que enquanto secretária de Estado concluiu a privatização da EDP.

As notícias do contrato de António Albuquerque com a EDP foram ‘manifestamente exageradas’: no mesmo dia em que a Visão divulga a existência desse vínculo, o consultor pediu a rescisão. Segundo uma fonte da EDP que a Lusa cita sem identificar, “António Albuquerque pediu hoje a antecipação do final do contrato a prazo que tinha estabelecido com a EDP”.

Citado pela mesma agência, António Albuquerque garante que pediu a rescisão, sem direito a qualquer indemnização, para “não por em causa” o nome de Maria Luís Albuquerque nem o da própria empresa.

A contratação do ex-jornalista, dispensado do Diário Económico há cerca de dois meses, como consultor do grupo EDP para os projetos fora de Portugal foi noticiada, hoje, pela revista Visão dado que António Albuquerque é casado com Maria Luís, a nova ministra das Finanças. Coube à sucessora de Vítor Gaspar concluir, enquanto secretária de Estado do Tesouro, a privatização da EDP, num processo que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) está a investigar por suspeita de tráfico de influências.

A investigação sobre a venda da participação do Estado (21,35 por cento) aos chineses da Three Gorges, por 2.700 milhões de euros, está a ser investigada pelo DCIAP na sequência da operação Monte Branco, um caso que implicou escutas ao presidente do BESI, José Maria Ricciardi (incluindo conversas conversas com Miguel Relvas, quando era ministro dos Assuntos Parlamentares, e o primeiro-ministro Passos Coelho) e buscas ao Caixa BI, BESI e Parpública: estas entidades, recorda a Visão, estiveram envolvidas na privatização da EDP e da REN.