A antiga Babilónia, no Iraque, recebeu hoje a classificação de Património Cultural Mundial da UNESCO, na reunião do comité da organização, a decorrer até quarta-feira em Baku, no Azerbaijão, anunciou a organização.
O comité da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) refere no parecer, hoje divulgado, que a zona agora classificada da antiga Babilónia, “situada 85 quilómetros a sul de Bagdade, inclui ruínas da cidade que, entre 626 e 539 AC [Antes de Cristo], era a capital do Império Neo-Babilónico”, bem como “aldeias e zonas agrícolas que circundam a antiga cidade”.
O comité salienta que “as suas ruínas, paredes externas e internas, portões, palácios e templos, são um testemunho único de um dos mais influentes impérios da Antiguidade”.
“Berço de sucessivos impérios, sob governação de, entre outros, Hamurabi e Nabucodonosor, representa a expressão da criatividade do Império Neo-Babilónico no seu auge. A associação da cidade a uma das Sete Maravilhas do Mundo, os Jardins Suspensos, também inspirou a cultura artística, popular e religiosa a uma escala global”, refere o comité.
Na reunião de hoje, a região de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, recebeu a classificação de Património Cultural e Natural Mundial da UNESCO.
A candidatura brasileira, que diz respeito à área de Paraty e da Ilha Grande, e que já tinha sido levada ao Comité do Património Mundial em 2009, tendo então sido devolvida, é a primeira classificação de caráter misto, do Brasil, de Património Cultural e Natural, aprovada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
De acordo com o parecer do comité, o destaque dado à biodiversidade, na região, foi decisivo para a classificação.
O território agora classificado abrange quase 149 mil hectares, com o centro histórico de Paraty rodeado de quatro áreas de conservação ambiental: o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o Parque Estadual da Ilha Grande, a Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul e a Área de Proteção Ambiental de Cairuçu, de acordo com o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional do Brasil (IPHAN).
A área de fronteira desta região estende-se a 407 mil hectares, envolve 187 ilhas sendo grande parte coberta por vegetação primária, com “rica diversidade marinha”, destaca o IPHAN.
Hoje, o Comité do Património Mundial da UNESCO aprovou também a candidatura das Terras e Mares Austrais Franceses e do Parque Nacional Vatnajökull, na Islândia, como património natural, a extensão da candidatura da região de Ohrid, Albânia, como património natural e cultural (misto), e a siderurgia tradicional do Burkina Faso, em África, no âmbito do património cultural.
O Palácio Nacional de Mafra e o Santuário do Bom Jesus, em Braga, estão entre os 36 locais candidatos à classificação de Património Mundial da UNESCO, que o comité da organização analisa na sua 43.ª Sessão do Comité, a decorrer em Baku, no Azerbaijão, desde 30 de junho.
A reunião termina na próxima quarta-feira.