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Anti-Natal

Pai_Natal_Shopping_9O Natal não é todos os dias, é um dia, porém para muitos é um dia especial e sobretudo para as crianças, mas para outros esforçam-se para que seja mais um dia, absolutamente normal com as limitações de estar tudo fechado na noite de Natal e quase tudo no dia de Natal.

A tradição já não é o que era, de reunir a família na véspera e depois prolongar-se pelo dia de Natal até à noite.

Para as famílias que se dão bem, caso raro, é bom. Mas para as famílias que se dão mal, é uma seca, estar-se por obrigação com pessoas que não se gostam ou se têm uma questão mal resolvida. O Natal muitas vezes é conflito emocional, situações angustiantes, discussões estéreis que sinceramente não valem a pena.

Para quem não liga nada ao Natal é complicado sobreviver durante esta época natalícia, na noite e dia de Natal em que está quase tudo fechado. Parece que o mundo está todo virado para um ritual e para quem não o faz é mal visto.

Esta data para mim é um castigo, todavia para a maioria das pessoas é um prazer e uma festa.

Este ano de 2015 lá tenho sobrevivido a esta época natalícia, o que tinha para comprar, pouca coisa, já o fiz há algum tempo. O consumo disparou apesar da crise. Não nos conseguimos libertar do materialismo, estamos a perder de vista, já há muito tempo, o essencial – as relações humanas.

Deveríamos cultivar as boas relações, o prazer de estar e do encontro. A crise de valores e da própria consciência imperam. Nesta altura de Natal, muitos de nós relacionam-se com os outros, não por que querem ou lhes apetece, mas sim, porque sentem a obrigação de o fazer.

Eu não o vou fazer, nem me sinto mal com essa atitude e, não me importo de ser julgado por isso. Não sou hipócrita, não aceito o ter que ser para ficar bem visto. Há gente que não me dou nem me quero dar e longe da vista para não me incomodar. Há gente que só vê-la me incómoda, outra, tenho simpatia, afecto, cordialidade e até cumplicidade.

Sendo fiel aos meus princípios de ligar sempre às pessoas e contactá-las ao longo do ano, nesta data vou procurar ter um comportamento normal e não vou andar a enviar desenfreadamente SMS , e-mails ou telefonar a toda a gente.

Os de sempre, podem contar comigo, os outros, desculpem mas não sou hipócrita. Esta data para mim é um martírio e parece que nunca mais passa. Nunca mais é dia 26 de Dezembro.

Não é preciso ser Natal, para me lembrar dos meus verdadeiros amigos, contam-se pelos dedos de uma mão.

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