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Annan acredita no cessar-fogo na Síria apesar da desconfiança entre Governo e oposição

bashar_al_assad_2“O Governo da Síria assegurou-me que respeitará o cessar-fogo”, disse Kofi Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe, que tenta estabelecer a ponte para o diálogo entre o regime de Bashar al-Assad e a oposição. Numa luta contra o tempo, Annan espera que as armas se calem e que a paz regresse à Síria.

Kofi Annan manifestou-se hoje mais confiante no regresso da paz à Síria, quando amanhã, em Damasco, os relógios assinalarem 6h00 (ou 4h00 em Lisboa). Numa visita a Teerão, o emissário das Nações Unidas diz ter recebido a garantia do Governo de que o cessar-fogo será respeitado.

E é precisamente àquela hora que termina o prazo imposto pelo Conselho de Segurança da ONU para que a paz regresse à Síria, depois de respeitado o acordo entre o Governo e os revoltosos que pretendem a queda do regime.

Kofi Annan solicita o apoio político de países como o Irão, que podem ter um papel importante a desempenhar nesta eterna luta pela paz síria. E do irão ecoam palavras de paz: Ali Akbar Salehi, ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, sustenta que “é do interesse dos sírios que a paz regresse já a partir de amanhã”.

Mas os revoltosos querem a queda de Bashar al-Assad, o que o Governo de Damasco não pretende. E é neste cenário que se tenta encontrar a paz. O Irão defende a permanência de al-Assad no poder. Salehi sustenta que o líder do regime “merece uma oportunidade de mudar”.

Kofi Annan desenvolve esforços de paz, sempre com promessas não cumpridas por Governo e oposição, que vivem em permanente desconfiança. Desde que o plano de paz liderado por Annan avançou, sendo depois aceite por Bashar al-Assad, já morreram mais de 800 pessoas, em pouco mais de duas semanas.

Nesta quarta, decorreram novas investidas militares do exército da Síria, após mais 52 mortos contados no dia de ontem.

“Exigem-se sinais de mudanças indiscutíveis na postura militar das forças do governo. E essas mudanças devem ser imediatas, dentro dos próximos dois dias”, acrescentou Kofi Annan.

Por outro lado, o emissário que luta pela paz revelou, numa carta dirigida ao Conselho de Segurança da ONU, que “devem ser feitos todos os esforços para garantir que governo e oposição sírios cumpram com o prazo de quinta-feira, para dar por terminado este conflito que no passado ano matou milhares de pessoas”.

A oposição desconfia das manobras de alegada retirada das tropas sírias. Por sua vez, o regime não acredita nas intenções da oposição, em cumprir o plano de paz.

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