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Angola vai propor 23 de março como Dia da Libertação Africana na cimeira da SADC

Angola vai apresentar na cimeira da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorrerá em Windhoek a 17 e 18 deste mês, uma proposta para a inclusão da data de “23 de março” como Dia de Libertação de África.

O anúncio foi feito hoje pelo ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, durante um encontro com os jornalistas, que pretende realizar todos os meses, sobre a participação de Angola na cimeira, cuja delegação será chefiada pelo Presidente angolano, João Lourenço.

O “23 de março” marca a data da batalha do Cuito Cuanavale, na província do Cuando Cubango (sul de Angola), o maior conflito militar da guerra civil angolana, que decorreu entre 15 de novembro de 1987 e aquele dia de 1988, que opôs os exércitos das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), apoiados por Cuba, e da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com apoio da África do Sul.

O fim da batalha marcou um ponto de viragem decisivo na guerra, incentivando paralelamente um acordo entre sul-africanos e cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, levando à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial, que vigorava na África do Sul.

“Trata-se de uma ocasião histórica, pois é o reconhecimento dos heróis da batalha, uma homenagem aos povos que lutaram pela independência em África e ao que levou a que acontecesse na África Austral”, sobretudo na Namíbia e na África do Sul, salientou o chefe da diplomacia angolana.

Na cimeira, que decorrerá na capital da Namíbia, Angola também vai propor a criação do Parlamento Regional da África Austral, que substituirá o Fórum Parlamentar da SADC, trabalho feito pelo Presidente da Assembleia Nacional (AN) angolana, Fernando Piedade Dias dos Santos.

“Temos grandes expectativas em relação às duas propostas”, acrescentou, lembrando que será a primeira vez que, enquanto chefe de Estado de Angola, João Lourenço irá participar na cimeira da SADC, cujos preparativos estão a decorrer em Luanda, com a reunião do Comité Permanente dos Altos Funcionários da organização.

Nos trabalhos, entretanto, o diretor-geral do Departamento de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, K. E. Mahoai, passou a presidência rotativa deste órgão à secretária permanente do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da Namíbia, Selma Ashipala-Musawi.

A reunião do Conselho de Ministros da comunidade, em que Manuel Augusto estará presente, decorrerá na próxima segunda-feira, altura também em que se procederá à transferência da presidência do Conselho de Ministros da SADC de Lindiwe Sisulu, ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, para Natumbo Nandi-Ndaitwa, ministra das Relações Internacionais e Cooperação da Namíbia.

A SADC foi criada a 17 de outubro de 1992 e integra Angola, Moçambique, África do Sul, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Maurícia, Namíbia, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.

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