Angola recomendou hoje que o Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana continue a acompanhar a situação política na Guiné-Bissau, durante todo o processo para as eleições presidenciais, punindo quem o ponha em causa.
A poucos dias das eleições presidenciais na Guiné-Bissau, previstas para 24 de novembro, o CPS da União Africana, de que Angola é Estado Membro, voltou a analisar a situação política naquele país, com vista à conclusão do ciclo eleitoral.
Numa declaração lida pelo embaixador Francisco da Cruz, o Governo angolano considera “encorajador um certo amenizar da situação política” na Guiné-Bissau, depois de, no fim de outubro, o Presidente guineense ter destituído o Governo liderado pelo primeiro-ministro Aristides Gomes.
“Consideramos recomendável que a Comunidade Internacional, em particular o CPS, continue firmemente a acompanhar com uma atenção cuidada a evolução da situação política na Guiné-Bissau, para garantir que as eleições presidenciais (…) se realizem a 24 de novembro, e que sejam efetivamente livres de violência e intimidação política, justas, transparentes e credíveis”, realçou o embaixador, citado pela diplomacia angolana.
Angola recomendou ainda que o CPS continue a acompanhar a situação política na Guiné-Bissau, sobretudo nas fases “politicamente delicadas” antes, durante e depois da realização das eleições presidenciais.
O Estado angolano advogou que os países da região devem “responsabilizar, incluindo com medidas punitivas, indivíduos ou entidades que com os seus atos ponham em causa a evolução do processo democrático e a ordem constitucional estabelecida e desrespeitem as pertinentes decisões da comunidade internacional para a paz e estabilidade na Guiné-Bissau”.
Angola defendeu também que a visita a Bissau de seis Presidentes de alguns países da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), que esteve prevista para sábado e não se realizou, deve ocorrer “antes da primeira volta das eleições presidenciais”.
A cimeira de chefes de Estado e de Governos da CEDEAO, realizada no passado dia 08, no Níger, para analisar exclusivamente o agudizar da crise política na Guiné-Bissau, mandatou os Presidentes da Costa de Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Níger e Nigéria para realizarem uma visita a Bissau com o objetivo de informarem o seu homólogo guineense, José Mário Vaz, das decisões do encontro.
José Mário Vaz não esteve presente na cimeira de Níger, por se encontrar em campanha eleitoral, com vista à sua reeleição.
A Guiné-Bissau realiza eleições presidenciais em 24 de novembro, estando a segunda volta, caso seja necessária, marcada para 29 de dezembro.
A CEDEAO reuniu-se extraordinariamente depois de José Mário Vaz ter demitido o Governo liderado por Aristides Gomes e nomeado um outro liderado por Faustino Imbali, que acabou por se demitir depois de ter sido ameaçado de ser sancionado por aquela organização.
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