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Angola cresce 0,3% este ano e dívida pública cai para 71%

A agência de notação financeira Moody’s considera que Angola vai crescer 0,3 por cento este ano, antecipando também uma descida do nível de dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), de 80 por cento para 70,9 por cento em 2019.

De acordo com o relatório anual da agência, que não altera o ‘rating’ B3, “o perfil de crédito de Angola reflete a sua estrutura económica, que continua altamente vulnerável aos choques do preço do petróleo, e à capacidade institucional muito fraca”, salientando que há, este ano, uma descida das necessidades de financiamento, de 23 por cento para 15 por cento do PIB, um valor considerado “ainda elevado”.

O documento explica que o ‘rating’ em terreno negativo, ou seja, sem recomendação de investimento, “reflete a deterioração da capacidade de crédito nos últimos anos, em que a dívida pública saltou de 28,2 por cento do PIB, em 2014, para 79,6 por cento em 2018”, e o facto de o ‘stock’ e o custo de servir a dívida “continuam vulneráveis a desvalorizações adicionais da moeda nacional”.

“A implementação do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) e os esforços do Governo para limpar dívida, melhorar a liquidez em dólares e melhorar a implementação do Orçamento vão ajudar a economia angolana”, comentou o vice-presidente da Moody’s e coautor do relatório.

“Ao mesmo tempo, a flexibilização da taxa de câmbio ajudou a restaurar a estabilidade macroeconómica e esperamos que a inflação vá descer nos próximos dois anos”, acrescentou Aurelien Mali, citado no comunicado de imprensa que acompanha o relatório.

No relatório, a Moody’s refere que entre os pontos fortes de Angola estão as “melhorias no ambiente macroeconómico, apoiadas por uma subida dos preços do petróleo e um ambicioso plano para diversificar a economia, alicerçado num abrangente programa do FMI”.

A perspetiva de evolução estável, ou seja, a perceção da Moody’s de que não vai mudar o ‘rating’ nos próximos 18 meses, é sustentada “na gradual recuperação apoiada pelo aumento da produção de petróleo e por novos projetos no gás”.

“A subida dos preços do petróleo vai sustentar a posição externa do Governo e dar algum alívio às pressões de liquidez e de sustentabilidade da divida”, adianta.

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