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Angola com recessão de 1% este ano e crescimento de 1,4% em 2020

O departamento de estudos económicos do banco sul-africano Standard Bank estima que Angola registe uma nova recessão económica este ano, de 1 por cento, acelerando depois em 2020 para uma expansão de 1,4 por cento do produto interno bruto (PIB).

“A economia de Angola deve sair da recessão de quatro anos em 2020, com os renovados investimentos no setor petrolífero a ajudarem a estabilizar a produção em 1,4 milhões de barris por dia, ainda que de forma temporária, como resultado da melhoria no ambiente regulatório e reformas estruturais”, lê-se no relatório de outubro sobre os mercados financeiros africanos.

No documento, enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, os analistas do maior banco africano pioram ligeiramente a previsão de crescimento para Angola, em 0,1 pontos percentuais, para 2020, antevendo um crescimento de 1,4 por cento, “esperando que o lento declínio da inflação e a depreciação nominal do kwanza continuem a prejudicar a procura agregada”.

Muito provavelmente, acrescentam, “a economia vai continuar em recessão este ano, com o PIB a contrair-se 1 por cento, já que a previsível contribuição positiva das exportações é insuficiente para eliminar o impacto negativo da despesa quer pública quer privada, com o investimento a não crescer tanto como o necessário”.

O Governo de Angola “vai continuar empenhado em cumprir o programa do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que ajuda muito nas reformas estruturais que o país precisa para garantir o regresso à estabilidade macroeconómica”, afirmam os analistas do Standard Bank.

O relatório antecipa que a segunda revisão ao programa do FMI, que deverá estar concluída até final deste mês, permitirá o desembolso de mais 250 milhões de dólares (226,8 milhões de euros).

No capítulo financeiro, o Standard Bank escreve que Angola não deverá voltar aos mercados financeiros este ano, o que significa que, “devido à queda nas exportações de petróleo, deverá haver uma pressão adicional sobre as reservas em moeda estrangeira”.

Estas reservas deverão descer de 16 mil milhões de dólares (14,5 mil milhões de euros), em junho, para 14,1 mil milhões (12,7 mil milhões de euros) no final deste ano.

“Com o FMI a ajudar a melhorar o sentimento dos investidores, o mau desempenho do setor petrolífero e os elevados níveis de dívida devem provavelmente limitar as vantagens de recorrer este ano aos mercados, por isso, provavelmente, o Governo só voltará a emitir dívida nos mercados internacionais no próximo ano”, dizem os analistas.

Na parte respeitante à política económica, o Standard Bank refere que “é razoável esperar que a agenda reformista se mantenha, sustentada pelo programa financiado pelo FMI, que deve ajudar a conter os elevados níveis de dívida pública, que estão bem acima dos 80 por cento do PIB atualmente”.

O fardo da dívida pública deverá chegar aos 89,1 por cento este ano, e as melhoras na mobilização das receitas, a implementação do IVA e o alargamento da base tributária, para além do programa de privatizações, não deverão impedir a subida do rácio da dívida face ao PIB, que deverá exceder os 90 por cento, também por causa da depreciação do kwanza, concluem os analistas na parte que diz respeito a Angola do relatório sobre os mercados africanos.

Lusa

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Lusa
Etiquetas: ÁfricaAngola

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