Anders Breivik matou 77 pessoas “em legítima defesa”, insistiu em tribunal

Anders Breivik, que em julho de 2011 matou 77 pessoas em dois atentados na Noruega, afirmou em tribunal ter agido “em legítima defesa”. Na sessão desta manhã, depois de ter saudado os juízes com o punho erguido, o autor confesso do duplo atentado alegou ter cometido os crimes para proteger o país da invasão muçulmana.

O norueguês Anders Breivik começou hoje a ser inquirido em tribunal, onde responde pelo atentado de julho de 2011, quando colocou uma bomba na cidade Oslo, matando oito pessoas, e disparou aleatoriamente sobre campistas na ilha de Utoya, assassinando mais 69 pessoas, na maioria adolescentes.

O autor confesso apresentou-se com a atitude esperada, depois de já ter assumido que não reconhece competência ao Tribunal de Oslo. Quando lhe retiraram as algemas, Breivik, vestido de preto, saudou os presentes com o punho direito erguido. Declarando-se militante anti-muçulmano e escritor, o norueguês justificou os dois crimes como um recurso à “legítima defesa” face, alegou, à invasão do país pelos muçulmanos.

O interrogatório deverá continuar até ao final desta semana, visando determinar se Breivik tem ou não sanidade mental. O arguido já assumiu preferir morrer na prisão do que ser considerado insano, situação que o levaria ao internamento na ala psiquiátrica dum hospital. Caso seja condenado, poderá cumprir uma pena de prisão até 21 anos ou, em alternativa, um acordo de custódia com duração indeterminada.

Anders Breivik já tinha acusado o Tribual de Oslo de receber “os mandatos por parte dos partidos políticos que apoiam o multiculturalismo” e a juíza Weche Elisabeth Arntzen de ter uma relação de amizade com a irmã do antigo primeiro-ministro e líder do Partido Trabalhista, Gro Harlem Brundtland.