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“Discute-se a eutanásia quando há esperas surreais por consultas”, diz Ana Carvalho

Ana Sofia Carvalho criticou os políticos por debaterem a eutanásia quando não dão resposta aos “números surreais” das esperas por consultas e das faltas em cuidados continuados.

O comentário da diretora do Instituto de Bioética e membro do Conselho de Ética para as Ciências da Vida, feito à Renascença, surgiu horas depois dos pareceres negativos do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (ao projeto de lei do PAN) e da Ordem dos Enfermeiros (à iniciativa legislativa do BE).

A especialista considerou “desadequado” o debate político sobre a eutanásia quando há problemas bem mais urgentes para resolver na saúde em Portugal.

Como exemplo, Ana Sofia Carvalho lembrou os “números surreais como esperas a nível de consultas oncológicas, faltas em cuidados continuados e faltas em cuidados paliativos”.

“Isso deve ser realmente o grande foco de resolução antes de se avançar para uma solução tão radical como é realmente permitir às pessoas pedirem a sua própria morte”, reforçou.

A diretora do Instituto de Bioética admitiu que se “morre mal em Portugal”, embora tal argumento não possa servir para se iniciar um debate político sobre “matar as pessoas”.

“Aquilo que acontece hoje é que realmente a resposta para o morrer mal em Portugal está longe de ser a questão de matar as pessoas. Há um conjunto de circunstâncias e há um conjunto de falta de apoio às pessoas em processo de fase final da sua vida que leva que este debate seja completamente desadequado nesta altura e nesta fase”, concluiu Ana Sofia Carvalho.

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